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A explosão das postagens com ameaças a escolas nos últimos quatro anos

Ataques nas redes contra alunos, professores e diretores aumentaram 360%, revela pesquisa do Fórum Brasileira de Segurança Pública com a Timelens

Por Ludmilla de Lima Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 11 jun 2025, 12h32

Nos últimos anos, as redes sociais mais populares entre os brasileiros viraram palco de discursos de ódio que antes ficavam restritos à Deep Web. E uma pesquisa do Fórum Brasileiro de Segurança Pública com a Timelens captou essa mudança, revelando um dado alarmante: entre 2021 e 2025, o número de postagens com ameaças a escolas nessas plataformas viveu uma explosão, com aumento de 360%. E a tendência segue de alta. O levantamento inédito aponta que em 2025, até o dia 21 de maio, houve mais de 88 mil menções diretas sobre ataques contra alunos, professores e diretores. Durante todo o ano de 2024, esse total foi de 105.192. Para efeito de comparação, em 2021 não chegaram a 44 mil.

O estudo “Aspectos da Violência nas escolas analisados a partir do mundo digital” mostra ainda que, em 2023, 90 % dos conteúdos com discurso de ódio se limitavam à Deep Web —parte da internet que não aparece em buscas comuns. Hoje, esse percentual é de 78%.

O levantamento também detalha o comportamento de quem promove esse discurso por trás das telas. Comentários que glorificam agressores saltaram de 0,2% em 2011, ano do massacre de Realengo (quando 12 alunos da Escola Municipal Tasso da Silveira, no Rio, foram mortos), para 21% agora em 2025. Os elogios são quase sempre direcionados a jovens que teriam reagido de forma violenta após sofrerem bullying.

Violência digital como parte do cotidiano

Embora meninos e meninas sejam igualmente alvos (12% em ambos os grupos), os garotos são mais ofensivos (17% contra 12%). Pesquisadora do Fórum, Manoela Miklos alerta para o aumento do cyberbullying contra meninas e mulheres. “Diferente das gerações anteriores, não há separação entre o mundo on-line e o off-line — é uma vida só, híbrida. E, se não compreendermos bem essa experiência, não vamos conseguir criar respostas eficazes para protegê-las”, afirma, ressaltando a necessidade de estado, escolas e sociedade compartilharem a responsabilidade sobre esse enfrentamento.

Renato Dolci, diretor de dados na Timelens, conclui que a violência digital não deve ser mais tratada como exceção e, sim, como parte do cenário cotidiano. Para ele, há um novo ecossistema em que meninos solitários, hiperconectados e emocionalmente desamparados encontram nas redes um caminho que escala do acolhimento à radicalização. “Quando o algoritmo substitui o afeto e a escuta, o risco deixa de ser virtual”, chama a atenção, acrescentando que a violência encontrou campo nas redes por ali reunir público, linguagem, recompensa e impunidade. “Os jovens não estão apenas consumindo conteúdo: estão formando identidade em espaços que valorizam o exagero e a exclusão”.

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