‘A candidatura é viável’, diz Flávio Bolsonaro em entrevista a VEJA
O senador avalia que tem condições de unir a direita contra Lula e defende que Tarcísio dispute a reeleição em São Paulo
O que o senhor, que tem a anistia como prioridade eleitoral, achou do PL da Dosimetria aprovado na Câmara? É um texto horroroso, que confirma que o Legislativo continua sendo tutelado por outro poder. Mas quero dar os parabéns a todos os deputados que aprovaram, porque é o que foi possível fazer. O debate foi proibido. Para que fosse pautado o projeto, a condição foi não mexer no conteúdo. Senão, sequer seria pautado. Foi mais uma demonstração do tamanho de Jair Messias Bolsonaro, que seguirá preso, mas disse que topava pagar esse preço para pessoas como a “Débora do Batom” poderem voltar para casa e ver seus filhos. Obviamente, a nossa luta não para por aí.
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O senhor acha que a aprovação foi uma reação a sua candidatura? Nós já vínhamos há meses pedindo que fosse pautado esse projeto. Minha candidatura não estava relacionada à anistia, nem nada. O que eu sempre falei foi o seguinte: a única condição de Flávio Bolsonaro não ser o candidato a presidente era se o candidato fosse Jair Messias Bolsonaro. Já que o sistema está impondo que não pode ser meu pai, serei eu o candidato. Não há nenhuma possibilidade de voltar atrás. Meu nome está colocado e vamos começar a debater mais ideias.
Pretende manter o seu nome na disputa mesmo sem apoio do Centrão? Não vou retirar minha candidatura. Os partidos que quiserem caminhar conosco vão ser muito bem-vindos. Mas eu tenho um partido político, sou do PL, e tenho garantida a legenda. O presidente Valdemar Costa Neto está me dando todo o suporte. Minha candidatura é muito viável, está colocada e é irreversível. Sinto no coração que ela é um projeto de Deus. Não é um projeto de vaidade, é um projeto para o país. Eu me sinto muito preparado.
Acredita que o Centrão esteja articulando para minar a sua pré-candidatura? Não, zero. Comecei minha vida política no PP, já fui do Republicanos, o Antonio Rueda, hoje presidente do União Brasil, abriu para nós as portas do PSL, que foi o partido pelo qual Bolsonaro se elegeu em 2018. Todos me conhecem muito bem, têm confiança em mim e, com o passar do tempo, vão chegar à conclusão de que a minha candidatura é a que vai sair vitoriosa. Ninguém aguenta mais quatro anos de PT, que é uma tragédia. Todas as lideranças que não são de esquerda sabem disso. Eu não fiz até agora qualquer movimento nacional, não rodei o Brasil, nunca fiz esforço nem junto à mídia ou nas redes sociais para manifestar minha vontade de ser candidato a presidente. O jogo começa agora para mim. É agora que vão começar a conhecer esse Flávio Bolsonaro centrado, mas que tem as mesmas convicções de Jair Bolsonaro.
O senhor comporia uma chapa com Tarcísio de Freitas se isso fosse proposto? Na teoria, parece uma chapa dos sonhos, mas na prática seria um grande desperdício. Porque Tarcísio é superbem avaliado, pela competência e pelo trabalho dele em São Paulo. Precisamos olhar para a floresta inteira e não apenas para uma árvore. Em 2022, Bolsonaro ganhou de Lula em São Paulo com uma vantagem de apenas 5 pontos percentuais. Não tenho nenhuma dúvida de que, com Tarcísio sendo candidato à reeleição, nós dois juntos, ajudando um ao outro, poderemos aumentar essa diferença no estado e impactar o resultado final das eleições no Brasil.
A direita corre o risco de ir fragmentada contra Lula? Com o nome Flávio Bolsonaro à mesa, a primeira coisa que acontecerá será a união da direita. Haverá uma consolidação do nome indicado por Bolsonaro. Foi ele o político que tirou essa direita do armário. As pessoas tinham vergonha de falar que eram de direita. E hoje defendemos nossas pautas com muita convicção, contra o aborto, contra as drogas, a favor da prosperidade, de as pessoas dependerem cada vez menos do Estado, a favor do livre mercado e a favor da segurança jurídica para atrair investimentos e gerar empregos.
Publicado em VEJA de 12 de dezembro de 2025, edição nº 2974
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