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Funcionário recebe ajuda de jovem autista e vídeo encanta

A gentileza de Jordan Taylor, funcionário de um supermercado, motivou um financiamento coletivo que pagará seu ensino superior

Por Pietra Carvalho
Atualizado em 30 jul 2020, 20h21 - Publicado em 15 ago 2018, 20h35

Jordan Taylor, de 21 anos, é funcionário do supermercado Rouses, em Baton Rouge, capital do estado americano de Louisiana. No final do mês passado, uma iniciativa peculiar lhe rendeu atenção. Segundo a americana Delaney Alwosaibi, por mais de meia hora Jordan incentivou e ajudou Jack Ryan, seu irmão adolescente, a repor o estoque de bebidas do mercado. Mas um detalhe tornou a interação ainda mais especial: Jack é portador de autismo, um transtorno que dificulta os relacionamentos sociais.

A cena foi postada por Delaney em sua página pessoal no Facebook e o pai do garoto disse que estava “presenciando um milagre”. Aparentemente, muitos mais se comoveram com a atitude. Reproduzida mais de 800 mil vezes, as imagens motivaram uma campanha de financiamento para os estudos de Taylor, arrecadando o equivalente a meio milhão de reais.

“Ele entrou no mundo do Jack”

Em um domingo, Sid Edwards foi acompanhado de seu filho Jack Ryan ao supermercado. O adolescente de 17 anos pertence ao espectro autista e, graças à sua diferença, algo extraordinário surgiu da tarefa cotidiana. À CNN, Sid conta que Jack ficou hipnotizado por um funcionário que repunha produtos, apontando fixamente para o engradado em que estavam as garrafas a ser estocadas. Depois de algum tempo, Jordan Taylor, o funcionário responsável pela tarefa, perguntou se Jack não queria ajudá-lo.

“Ele parecia maravilhado, como se sonhasse com o dia em que pudesse fazer aquilo. Então, só quis que ele tivesse a experiência de fazer aquilo comigo”, afirmou Jordan. Jack ajudou a posicionar as garrafas de suco por mais ou menos 10 minutos, quando seu pai decidiu que já era o suficiente e o guiou para outro corredor. Mas o adolescente continuava tentando conduzir Sid de volta para a seção em que Taylor trabalhava. Por fim, a parceria se estendeu por quase meia hora.

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Ainda na mesma entrevista, Edwards definiu as razões que fizeram a iniciativa de Ryan ser tão grandiosa: “De alguma forma esse jovem conseguiu atingir meu filho. Ele entrou no mundo do Jack Ryan”. Ser aceito no universo de uma pessoa autista pode ser um desafio gigantesco. Pessoas no espectro do transtorno têm limitações sociais notáveis, que podem variar dependendo do grau do autismo.

No Brasil, inclusão é prevista por lei

O Dr. Estevão Vadasz é criador do PROTEA (Programa Transtornos do Espectro Autista), no Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas. Ele explica que o autismo é tipificado a partir de “funcionamento” baixo, moderado ou alto. Pessoas portadoras de autismo de alto funcionamento tem Quociente de Inteligência na faixa normal, por mais que apresentem algum atraso linguístico ou de desenvolvimento social. Já os casos de baixo funcionamento são os mais graves e envolvem déficits severos, geralmente ligados a um QI abaixo da média. Mas ele frisa que mesmo as pessoas com limitações maiores podem sim trabalhar, mencionando a Lei Brasileira de Inclusão, de 2015. Ela determina 10% das vagas de trabalho destinadas a pessoas com deficiências, incluindo as mentais, como o autismo.

Quanto à sensibilidade de quem pertence ao espectro a ambientes muito movimentados e barulhentos, Dr. Estevão destaca a importância da adaptação. Segundo ele, os autistas sofrem de hiperacusia, uma condição de extrema sensibilidade aos sons. Além disso, muitas dessas pessoas têm vocação para atividades rotineiras e repetitivas. Por isso mesmo o treinamento, tanto do autista quanto dos demais funcionários, é primordial para que a atividade se mantenha saudável. Jack Ryan, por exemplo, foi convidado a trabalhar como repositor no supermercado mas, de acordo com sua realidade, sua carga horária diária é de apenas 1 hora.

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A Lei do Retorno 

O ato de empatia de Jordan trouxe repercussões positivas para sua vida. Delaney, a responsável pelo post original, criou uma campanha de financiamento coletivo com a meta de 100 mil dólares. Em duas semanas, já ultrapassou os 128 mil. Além disso, em parceria com doadores admirados pela boa vontade do funcionário, deu um carro ao jovem.

Em depoimento a uma rede local ele já disse que pretende investir o montante em um curso universitário, e se disse surpreso com a repercussão: “Eu estava apenas sendo eu mesmo”.

 

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