‘Pelé’: documentário mostra impacto do Golpe de 64 na trajetória do Rei
Recheado de cenas inéditas sobre o maior jogador de futebol do mundo, longa de dois ingleses revela pressão de Médici para conquista do tri no México
![***ATENÇÃO***NÃO REUTILIZAR ESTA IMAGEM, SUJEITO A COBRANÇA POR USO INDEVIDO***FOTO EXCLUSIVA PARA A UTILIZAÇÃO APENAS NA REVISTA VEJA***](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2021/02/GARRASTAZU-MEDICI-PELE-COPA-70.jpg.jpg?quality=90&strip=info&w=1280&h=720&crop=1)
O baú de imagens de Pelé parecia ter se esgotado em dois documentários — Isto É Pelé (1974) e Pelé Eterno (2004). Os britânicos David Tryhorn e Ben Nicholas, diretores de Pelé, no entanto, descobriram novas pérolas com a ajuda do produtor Kevin Macdonald, vencedor do Oscar em 2000 por Um Dia em Setembro. A coleção de cenas nunca antes vistas inclui os bastidores da fase de ouro do escrete. O filme alinhava também a ascensão do Rei com a trajetória do Brasil após o golpe de 1964. Depois do fiasco da seleção em 1966, quando pensou em desistir das Copas, o Rei fala no filme sobre a pressão do governo militar para que atuasse em 1970 (como se sabe, acabaria conquistando o tri no México). Diz também ter tido ciência das torturas, mas que nada poderia fazer, era só um atleta. O tom de Pelé é resumido na frase de um dos entrevistados, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso: “Ele nunca foi identificado com o Estado, era muito mais que isso”. Coube a um par de ingleses revelar tal faceta da nossa história, pelos olhos da personalidade mais famosa do país. Disponível na Netflix a partir da terça 23.