‘As Histórias de Pat Hobby’: do luxo ao lixo como roteirista em Hollywood
As especulações sobre o personagem do livro escrito por Scott Fitzgerald ser uma espécie de alter ego do autor faz completo sentido
Pat Hobby se deleitou no começo da Era de Ouro de Hollywood, quando ganhava bem por seus roteiros e colhia os louros da fama. Com a chegada da II Guerra, o roteirista passa a usar dos mais variados e questionáveis artifícios para conquistar os raros projetos que resistiam à crise econômica. Ao mesmo tempo, enrola-se com o álcool e a vida mundana, o flerte exagerado com secretárias e o hábito de atazanar executivos dos estúdios. Não deixam de fazer sentido as especulações de que Hobby seria um alter ego de Fitzgerald: da mesma forma que seu personagem, o autor foi do luxo ao lixo como roteirista em Hollywood, até morrer de infarto, aos 44 anos, em 1940. É inegável, de qualquer maneira, sua intimidade com os bastidores do cinema. O livro, com dezessete contos tragicômicos, é um dos últimos trabalhos do autor, que deixou ainda um romance inacabado sobre o mesmo universo.