Ficou agendado para o dia 21 de janeiro o depoimento que o doleiro Dario Messer irá prestar no Rio de Janeiro, ao juiz Alexandre Libonati de Abreu, no curso da investigação da Operação Marakata. Essa operação foi criada exclusivamente para investigar a empresa O S Ledo, que usou os serviços de Messer para enviar 44 milhões de dólares ao exterior oriundo das vendas de pedras preciosas extraídas de minas de Campo Formoso, na Bahia. Uma conta no Panamá foi criada para tal finalidade, com transações para países como Índia e China.
No âmbito da Marakata, Messer é investigado por operar a mesa de câmbio de sua empresa, então localizada no Uruguai dos anos 1990 até recentemente. VEJA teve acesso aos depoimentos prestados pelos sócios de Messer, Vinícius Claret Vieira Barreto, o Juca, e Claudio Fernando Barboza de Souza, o Toni; além de Lúcio Funaro, cliente e amigo de Messer — e apontado como o operador de propinas do MDB. Os três falaram em juízo no dia 12 de dezembro de 2019. Segundo eles, Messer nunca trabalhou diretamente na mesa de câmbio. O “doleiro dos doleiros” era sócio nos negócios de transações ilícitas, mas sequer aparecia na empresa nem executava as transferências. Como dono de banco, não atuava no caixa da empresa.
Já as questões da operação “Câmbio, Desligo” estão estagnadas. Messer sequer foi citado no processo. Seu advogado, Átila Machado, enviou uma petição ao juiz Marcelo Bretas pedindo para seu cliente ser citado e, então, o processo tenha andamento. Messer está preso em Bangu 8. Sua namorada, Myra Athayde, está presa ao lado da mãe e sogra do doleiro, Alcione, acusadas a atuarem ativamente nos catorze meses em que Messer ficou foragido da Justiça.