Ma Thuzar Wint Lwin, uma miss engajada
A representante de Mianmar fez do desfile um ato de protesto contra a junta militar que assumiu o governo com um golpe em fevereiro
![MA THUZAR WINT LWIN -](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2021/05/GettyImages-1317895200-1.jpg-1.jpg?quality=90&strip=info&w=750&h=500&crop=1)
![The 69th Miss Universe Competition – National Costume Show MA THUZAR WINT LWIN -](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2021/05/GettyImages-1317895200.jpg.jpg?quality=70&strip=info&w=1024&crop=1)
Foi-se o tempo das misses cabeça de vento que liam O Pequeno Príncipe. No Miss Universo 2021, realizado na Flórida, a representante de Mianmar, Ma Thuzar Wint Lwin, 22 anos, fez do desfile um ato de protesto contra a junta militar que assumiu o governo com um golpe em fevereiro e, desde então, já matou 780 pessoas e prendeu 4 000. Estudante do idioma inglês na universidade e modelo, Ma Thuzar Wint Lwin, desde o início na linha de frente da oposição, deu uma dramática entrevista pouco antes de deixar o país: “Por favor, ajudem. Estamos desamparados. Nos matam como animais”. Na passarela dos trajes típicos, ergueu um cartaz dizendo “Orem por Mianmar” — e arrebatou o primeiro lugar na categoria. A vencedora foi a Miss México, seguida da brasileira Julia Gama. O governo birmanês emitiu ordem de prisão contra sua miss, que aguarda uma oferta de asilo político.
Publicado em VEJA de 26 de maio de 2021, edição nº 2739