Jesuíta Barbosa sobre sexualidade: ‘Fico com quem eu quiser’
Ator interpreta o seu primeiro protagonista no cinema em 'Malasartes' e defende a liberdade do homem: 'Não é gay, não é hétero. É um ser humano'
Alçado a sex symbol graças ao longa Tatuagem (2013) e à série Justiça (2016), da Globo, o pernambucano Jesuíta Barbosa não gosta de falar da vida pessoal — mas não vê problema nenhum em discorrer sobre a própria sexualidade. Aos 26 anos, o ator, que estreia seu primeiro protagonista no cinema em Malasartes e o Duelo com a Morte, na próxima quinta-feira, diz que se considera livre. A produção, dirigida por Paulo Morelli (Cidade dos Homens, 2007), ainda conta com Isis Valverde, Vera Holtz e Leandro Hassum no elenco.
“Fico com quem eu quiser – sejam homens ou mulheres”, explicou. “A ideia de sexualidade é um pouco deturpada. Sou um ser humano que pode acessar diversos lugares”, diz ele, que não quer se prender a rótulos como “gay” ou “hétero”.
Confira abaixo a entrevista do ator, já escalado para Onde Nascem os Fortes, a próxima supersérie (leia: novela das 11) da Globo:
Como foi interpretar o seu primeiro protagonista no cinema? Te confesso que fiquei um pouco preocupado. Quando me falaram que eu faria o Malasartes, disse que preferiria fazer o Zé Candinho, personagem do Augusto Madeira. Mas eu sempre fui muito tranquilo, e não deixei que isso virasse uma questão de poder ou algo do tipo.
Malasartes, seu personagem, ganha a vida tentando enganar os outros para enriquecer. É o famoso “jeitinho brasileiro”? Sim. Ele tem um pouco dessa esperteza individual de querer se dar bem a qualquer custo. É o retrato do brasileiro – que é, acima de tudo, um sobrevivente. Ele olha para si com um pouco de egoísmo.
Por que fala pouco da sua vida pessoal? Podemos falar sobre sexualidade, mas não sobre relacionamento. A intimidade de cada um não precisa ser colocada à tona. Tem pessoas que colocam a vida pessoal em função de algo e eu acho isso muito bonito, mas falar da minha família ou com quem eu estou, não. Sou livre e fico com quem eu quiser – sejam homens ou mulheres. Prefiro não me bloquear.
Sem bloqueios? A ideia de sexualidade é um pouco deturpada. Sou um ser humano que pode acessar diversos lugares. Há artistas como (a cantora) MC Linn da Quebrada que trazem um rompimento do padrão estabelecido de sexualidade. Não é gay, não é hétero. É um ser humano.
Como será o seu personagem Onde Nascem os Fortes? Ainda sei muito pouco. É uma série em tom fantástico e cada personagem guarda um segredo, que será revelado ao longo da trama. Já trabalhei com José Luiz Villamarim, o diretor. A gente volta para Sertão Central, onde fizemos Amores Roubados. George Moura escreve o roteiro. Ele é pernambucano e tem um contato muito intenso com o interior.