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Cancelada, SP-Arte arca com prejuízos e devolve 100% do valor a galeristas

Ao não toparem dividir a conta, alguns expositores foram vistos como pouco flexíveis

Por João Batista Jr. Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 15 Maio 2020, 13h48 - Publicado em 15 Maio 2020, 06h00

Com boa parte do investimento já feita, a SP-Arte de abril foi cancelada por razões óbvias: a disseminação do novo coronavírus. Ao todo, seriam noventa galeristas do Brasil e 24 do exterior vendendo obras de Adriana Varejão a Adriana Duque. Alguns expositores não quiseram perder o dinheiro dado como investimento na montagem e começaram a cobrar de Fernanda Feitosa, idealizadora do evento, sua devolução. Ocorre que, entre outros gastos, a locação e a produção tinham sido pagas. Fernanda, então, passou a ser induzida por antigos parceiros a ressarcir a quantia integral. Depois de idas e vindas, ela decidiu devolver 100% do valor. “Os prejuízos são imensos e acarretarão esforços financeiros pessoais, perpassando os próprios limites da empresa”, diz Fernanda. Ao não toparem dividir o prejuízo, alguns galeristas foram vistos como pouco flexíveis — e ingratos. Maior feira de artes do Brasil, a SP-Arte movimentou 245 milhões de reais em 2019. Fernanda joga panos quentes na briga que movimenta o mundo das artes: “Sempre encarei com muito respeito as negociações travadas”.

Considerando que boa parte do investimento para a SP-Arte ocorrer já havia sido feito, qual será o prejuízo? Os prejuízos são imensos e acarretarão esforços financeiros pessoais, perpassando os próprios limites da empresa. Avalio que as perdas impactarão de dois a três anos de trabalho, já que grande parte do investimento feito na montagem e divulgação desta edição é irrecuperável, além do fato da SP-Arte não ter tido a entrada de recursos esperada, via bilheteria ou patrocínios, que ficarão congelados até a realização do próximo evento. A SP-Arte, uma empresa familiar, que não faz parte de grupos econômicos multinacionais e que não desenvolve múltiplos eventos de grande porte, terá que ser bastante resiliente, assim como tantas outras pelo mundo, para encarar esse período de incertezas, no qual não sabemos quando feiras de arte como a nossa – considerada a maior da América Latina – voltarão a se realizar

Quantas galerias participariam da edição cancelada? Na SP-Arte 2020, participariam 90 galerias de arte nacionais e 24 estrangeiras, bem como 44 galerias de design, designers independentes e arquitetos. Além disso, instituições e projetos de arte, editoras e revistas também participariam da Feira, somando um total de quase 200 expositores.

Quanto a SP-Arte movimentou em vendas na última edição? A 15ª edição da SP-Arte, que aconteceu de 3 a 7 de abril no Pavilhão da Bienal, contou com a participação de 164 expositores de arte e design, advindos de quatorze países. Por meio da apresentação de cerca de dois mil artistas, o festival atraiu mais de 36.000 pessoas durante os cinco dias de evento – recorde de público ao longo desses quinze anos. O sucesso comercial do festival também superou as expectativas, movimentando 245 milhões de reais. Mais de 50% das obras vendidas foram abaixo de 50.000 reais e 29%, acima de 100.000.

Você sempre foi vista como uma mulher que trabalha arduamente pelo mercado, movimentando milhões e milhões de reais com a venda de obras de arte de galeristas. Esse motim, digamos assim, pegou muitos de surpresa, afinal já havia tido um custo. Como encara esse movimento? De modo algum vejo como motim, muito pelo contrário, sempre encarei com muito respeito a negociação travada pelas galerias e pelas Associações do setor, colocando-me à inteira disposição para conversar e atingir um consenso. Esta é uma situação excepcional na qual os espíritos de colaboração comunitária e coopera��ão local devem ser valorizados, representando, a meu ver, as únicas vias de atravessamento desta crise sem precedentes. Por isso, respeito a união das galerias, que tinham o objetivo de sobreviver a este momento, assim como todos nós. Foi imbuída desse sentimento, e entendendo um agravamento da situação, que a SP-Arte decidiu pela devolução integral dos valores pagos como um gesto de comprometimento e defesa ao mercado regional.

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Publicado em VEJA de 20 de maio de 2020, edição nº 2687

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