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Thomas Traumann

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Thomas Traumann é jornalista e consultor de risco político. Foi ministro de Comunicação Social e autor dos livros 'O Pior Emprego do Mundo' (sobre ministros da Fazenda) e 'Biografia do Abismo' (sobre polarização política, em parceria com Felipe Nunes)
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Quanto custa ter um presidente antivax

Bolsonaro impediu que o Brasil tivesse um plano de vacinação

Por Thomas Traumann Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 8 dez 2020, 15h17 - Publicado em 8 dez 2020, 11h57

Às 6h31 de hoje, em Conventry, na região central do Reino Unido, a vendedora de joias aposentada norte-irlandesa Margaret Keenan, que completará 91 anos na próxima semana, foi a primeira britânica a ser imunizada na campanha de vacinação em massa contra a Covid-19. No Reino Unido, 61 mil pessoas já morreram por Covid-19 e 1,7 milhão foram contaminados, incluindo o primeiro-ministro Boris Johnson, que passou dias na UTI. Nesta fase, 800 mil britânicos com mais de 80 anos devem ser vacinados. A rainha Elizabeth, de 94 anos, e o príncipe Philip, de 99, também vão se vacinar, em uma demonstração de confiança no sistema de saúde.

O Reino Unido encomendou mais de 350 milhões de doses de vacinas de sete laboratórios distintos. Até o fim do ano, o plano é que os 55 milhões de habitantes acima de 16 anos sejam vacinados. A campanha foi batizada de V-Day, com V de Vacina se comparando com o V do Dia da Vitória da Segunda Guerra Mundial. Na Rússia, milhares de profissionais de saúde, professores e militares estão sendo vacinados desde a semana passada. Na Alemanha e no México, a vacinação começa antes do Natal. Em janeiro, na Argentina, Espanha e Portugal. Nos EUA, em alguns Estados em janeiro e na maioria a partir de abril.

Enquanto o mundo todo se desdobra em facilitar as condições para que sua população seja protegida, o presidente Jair Bolsonaro gastou a tarde de ontem inaugurando uma exposição com o terno que vestiu no dia da posse. O presidente já afirmou que não pretende se vacinar e disse que irá divulgar pela internet os efeitos colaterais das vacinas para que ninguém o culpe. Bolsonaro é um antivax, que é como se denominam os malucos que desprezam as vacinas.

O presidente Bolsonaro é o sujeito que disse que o coronavírus era “uma gripezinha” e que nunca visitou uma das 177 mil famílias que perderam seus entes para a Covid-19. O Brasil é o segundo país do mundo em número de mortos e o terceiro em número de contaminados.

Mesmo assim, o Ministério da Saúde do presidente Bolsonaro não tem nenhuma vacina. Eles apostaram suas fichas e orçamento nas pesquisas do laboratório AstraZeneca, cujos testes tiveram problemas e estão sendo refeitos. Por ordem pessoal de Bolsonaro, o Ministério da Saúde está boicotando a outra vacina em testes no Brasil, a CoronaVac, feita em parceria com o Instituto Butantan, do governo de São Paulo.

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O plano do Ministério da Saúde do presidente Bolsonaro é frouxo. Prevê iniciar a vacinação em março daqueles com mais de 75 anos e profissionais de saúde. Até o fim ano seriam apenas 50 milhões de imunizados, um de cada quatro brasileiros.

Com o início da vacinação na Europa, os governadores ameaçam uma revolta para adquirir vacinas sem a tutela do Ministério da Saúde do governo Bolsonaro. Eles pretendem ou participar das encomendas da CoronaVac junto com o governo de São Paulo ou tentar comprar lotes da vacina da Pfizer, que custa o dobro. É uma atitude de desespero.

O Ministério da Saúde do presidente Bolsonaro não encomendou as seringas necessárias para a vacinação. O Ministério da Saúde do presidente Bolsonaro está deixando apodrecer milhões de kits de testes para identificar contaminados com Covid-19. Imaginar que agora o Ministério da Saúde do presidente Bolsonaro vá funcionar é como acreditar em Papai Noel. Desculpe avisar, mas não existem nem Papai Noel, nem competência no governo Bolsonaro.

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