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Thomas Traumann é jornalista e consultor de risco político. Foi ministro de Comunicação Social e autor dos livros 'O Pior Emprego do Mundo' (sobre ministros da Fazenda) e 'Biografia do Abismo' (sobre polarização política, em parceria com Felipe Nunes)
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O homem que pode salvar Bolsonaro

Se não mudar o Bolsa Família, projeto de Guedes de renda básica pode ajudar os brasileiros no pós-pandemia

Por Thomas Traumann Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 11 jun 2020, 17h59 - Publicado em 11 jun 2020, 16h23

O futuro do governo está sobre os ombros do ministro da Economia, Paulo Guedes. O presidente Jair Bolsonaro cometeu o erro da sua vida ao menosprezar a pandemia de coronavírus, boicotar as iniciativas de prevenção e gerar um impasse político que piorou o combate à doença e agravou a recessão econômica. O preço dessa responsabilidade será cobrado.

Hoje a metade dos brasileiros considera o governo Bolsonaro ruim ou péssimo, um recorde para quem está tão pouco tempo no cargo. De acordo com pesquisa do DataPoder360, desde abril a porcentagem de brasileiros que rejeita o governo subiu de 33% para 47%. Nos 56 dias entre uma pesquisa e outra, Bolsonaro passou a ser odiado por mais 14 milhões de brasileiros, além dos que já o rejeitavam.

E aqui entra Paul Guedes. O ministro é o único que tem os meios e a capacidade de construir um projeto que permita a Bolsonaro recuperar parte da popularidade e a iniciativa perdida ao longo da pandemia. O plano é dinheiro no bolso dos pobres.

 

Guedes pretende fazer isso acabando com o Bolsa Família (o maior programa social do país que beneficia 13,5 milhões de famílias), o abono salarial (pago anualmente a quem recebe até dois salários mínimo e tem carteira assinada), seguro-defeso (pago a pescadores no período em que a pesca é proibida), o salário família (valor pago a empregado de baixa renda de acordo com o número de filhos) e o farmácia popular (de subsídio para remédios de uso crônico). No lugar seria criado o Renda Brasil, um novo programa social que incluiria os trabalhos informais.

Sem dizer, Guedes está assumindo um projeto de renda básica, iniciativa fundamental para manter os milhares de desempregados pós-pandemia. Com o auxílio emergencial, o governo conseguiu atualizar seus cadastros e hoje tem uma base de dados mais exata sobre quem precisa de ajuda.

Mas há riscos enormes. O principal é confundir um programa de proteção social de competência ímpar no mundo, o Bolsa Família, com projetos de ajuda emergencial e de combate à desigualdade. Como a proposta de Guedes ainda não foi apresentada, é impossível fazer uma crítica honesta neste momento. Por enquanto, o Renda Brasil é uma promessa como os projetos de reformas administrativas e tributárias prometidos para junho. De 2019.

Pelo cronograma do Ministério da Economia, o auxílio emergencial será prorrogado por mais dois meses, com valor reduzido de R$ 600 para R$ 300, e depois haveria a incorporação de parte desses brasileiros no novo programa. Se Guedes desistir de mexer no Bolsa Família e montar um programa de renda básica focado no combate à desigualdade, o pós-pandemia será menos doloroso para todos. Inclusive para a imagem do governo Bolsonaro.

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