Bolsonaro tem razão, o Brasil está quebrado
Ao atacar as vacinas contra a Covid-19 e acabar com o Auxílio Emergencial, o presidente afunda o país
“O Brasil está quebrado. Eu não consigo fazer nada”, confessou o presidente Jair Bolsonaro hoje (05/01) ao falar com militantes, em Brasília, depois de passar oito dias de folga passeando de barco no litoral. O presidente disse que pretendia aumentar o número de isentos do imposto de renda, mas que não conseguiu porque “teve esse vírus, potencializado pela mídia que nós temos”. Novamente, o presidente está certo. A crise econômica é causada pelo vírus da Covid-19 ampliada pela parte irresponsável da mídia que abre espaço para charlatões defenderem cloroquina e ivermictina e atacarem o uso de vacinas.
Só existe um caminho para a retomada da economia, o combate extenuante ao vírus da Covid-19, justamente o contrário do que este governo tem feito. Sem vacina para a maioria da população, não haverá crescimento.
O mundo todo está em campanha para vacinar o maior número de pessoas, permitindo a volta do trabalho seguro. Nos EUA, o plano do futuro governo Biden é vacinar 100 milhões de pessoas antes da Páscoa. Na Europa, ter toda a população adulta imunizada antes do próximo inverno. Em Israel, a meta é ter a população toda vacinada até abril.
No Brasil, não há plano de vacinação, não há vacina, não há seringa, nem agulha. Há um presidente que boicota esforços simples para impedir a propagação do vírus, como o uso de máscaras, álcool em gel e da ciência, e um ministro da Saúde irresponsável que não vê pressa quando mais de 1.000 pessoas morrem por dia.
O Brasil atravessou 2020 com um anabolizante, o Auxílio Emergencial. Graças aos R$ 320 bilhões despejados com o Auxílio, a economia circulou e terminou o ano em alta. Só que o governo Bolsonaro decidiu acabar com o programa, deixando quase 40 milhões de pessoas sem nenhuma renda a partir deste janeiro.
Com isso, a tendência de alta da economia vai perder tração, porque haverá menos dinheiro circulando. A situação social será agravada pelos milhões de beneficiários que agora voltam ao mercado atrás de emprego.
Numa circunstância delicada com essa, a única saída seria vacinar o maior número de pessoas, assegurando às empresas que seus empregados estão seguros e que elas não terão de parar seus planos com novas quarentenas. Mas para isso seria necessário um governo diferente deste.