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Thomas Traumann é jornalista e consultor de risco político. Foi ministro de Comunicação Social e autor dos livros 'O Pior Emprego do Mundo' (sobre ministros da Fazenda) e 'Biografia do Abismo' (sobre polarização política, em parceria com Felipe Nunes)
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A pressa do Senado em nomear o indicado de Bolsonaro

Nunca um ministro chegou ao STF com tanta dívida a pagar

Por Thomas Traumann Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 14 out 2020, 15h56 - Publicado em 14 out 2020, 15h55

O senador Eduardo Braga divulgou hoje o seu relatório a favor da nomeação do juiz indicado por Jair Bolsonaro para ser o novo ministro do Supremo Tribunal Federal. Juiz da Tribunal Regional Federal, Kássio Nunes Marques foi sugestão dos senadores Flavio Bolsonaro e  Ciro Nogueira e do advogado Frederick Wassef. Os três padrinhos do juiz têm em comum o fato de estarem enrolados em investigações na Justiça sobre corrupção.

O relator Eduardo Braga, também investigado no âmbito da Lava Jato, fez um documento a favor do juiz em tempo recorde. Ele desconsiderou os vários indícios de que Nunes Marques havia fraudado seu currículo, incluindo como títulos de pós-graduação cursos de uma semana e plagiado parte de sua tese. “Não encontramos fatos relevantes que pudessem suscitar dúvidas sobre seu saber jurídico ou desabonar sua reputação”, escreveu Braga.

A pressa do senador é a pressa é de todos. A Comissão de Constituição de Justiça deve sabatinar o indicado no dia 2, votar pela sua aprovação no mesmo dia e, se der tempo, ainda aprovar no plenário na mesma noite. São necessários 41 votos favoráveis para a nomeação do novo ministro do STF, mas as chances de uma rejeição são quase nulas. A última vez que o Senado recusou um nome indicado pelo presidente para o Supremo Tribunal Federal foi em 1893, no governo Floriano Peixoto.

 

Para que tanta urgência?  Porque o Senado em geral, e os políticos do Centrão em particular, querem ter o mais rápido possível um ministro no Supremo Tribunal Federal para chamar de seu. Nunes Marques assume com a missão principal de salvar Flavio Bolsonaro do inquérito das rachadinhas, mas não é só. Ainda há dezenas de senadores e deputados encrencados com as investigações baseadas nas delações dos executivos da JBS, Odebrecht, Andrade Gutierrez, OAS e Hypera (antiga Hipermarcas) envolvendo financiamentos ilegais de campanha, propina e contratos falsos. 

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 Mas não é só o Congresso. O Supremo investiga a participação dos irmão Eduardo e Carlos Bolsonaro no esquema de financiamento ilegal de redes de WhatsApp para ameaçar a vida de ministros do STF. O filho mais velho, Flavio, está encrencado no esquema das rachadinhas, o inquérito policial que descobriu que a Michelle Bolsonaro recebeu R$ 89 mil de Fabrício Queiroz.

Para proteger a família, Bolsonaro indicou Nunes Marques antes mesmo do ministro Celso de Mello formalizar sua aposentadoria. Enfrentou a ira de líderes evangélicos, desprezou os eleitores que reclamavam das ligações perigosas do juiz e agradeceu um elogio de Renan Calheiros, que aplaudiu o presidente pelas várias medidas contra as investigações de corrupção. Entre as medidas citadas por Renan está a demissão de Sergio Moro do Ministério da Justiça, que saiu depois da famosa reunião ministerial onde Bolsonaro disse: “Já tentei trocar gente da segurança nossa no Rio de Janeiro oficialmente e não consegui. Isso acabou. Eu não vou esperar f. minha família toda de sacanagem, ou amigo meu, porque eu não posso trocar alguém da segurança da ponta de linha que pertence à estrutura. Vai trocar; se não puder trocar, troca o chefe dele; não pode trocar o chefe, troca o ministro. E ponto final. Não estamos aqui para brincadeira”.

 Nunca um ministro chegou ao STF com tanta dívida a pagar.

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