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Thomas Traumann é jornalista e consultor de risco político. Foi ministro de Comunicação Social e autor dos livros 'O Pior Emprego do Mundo' (sobre ministros da Fazenda) e 'Biografia do Abismo' (sobre polarização política, em parceria com Felipe Nunes)
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A popularidade de Bolsonaro bateu no teto

Aprovação no governo para de crescer mesmo com mais de R$200 bilhões na economia via auxílio emergencial. Fim do programa deve afetar popularidade

Por Thomas Traumann Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 9 set 2020, 15h31 - Publicado em 7 set 2020, 10h35

Pesquisa PoderData divulgada recentemente indica de que a popularidade do presidente Jair Bolsonaro bateu no teto. Depois de dois meses de sondagens mostrando crescimento consecutivo da aprovação ao governo, a nova pesquisa mostrou que:

→ 50% aprovam o governo (eram 52% em 19/08, variação dentro da margem de erro);

→ 41% desaprovam (+1 ponto percentual);

→ A aprovação no Nordeste caiu 8 pontos percentuais (48% para 40%);

→ A desaprovação no Nordeste subiu 4 pontos percentuais (46% para 50%);

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→ A aprovação no Sul passou de 55% para 63%.

Quem mais aprova Bolsonaro:

→ homens (57%);

→ pessoas de 60 anos ou mais (58%);

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→ moradores da região Norte (68%);

→ quem tem só o ensino fundamental (55%);

→ os sem renda fixa (54%).

Quem mais reprova Bolsonaro:

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→ mulheres (46%);

→ pessoas de 16 a 24 anos (49%);

→ moradores da região Nordeste (50%);

→ quem tem ensino superior (61%);

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→ os que recebem de 2 a 5 salários (54%).

As próximas pesquisas poderão confirmar se a popularidade do presidente realmente estancou, mas o registro de um teto para o bolsonarismo tem reflexos diretos na política. Mesmo jogando mais de 200 bilhões de reais na economia, fechando acordo com o Centrão e suspendendo por ora as ameaças de intervenção militar, o ponto máximo de Bolsonaro é ter o apoio da metade da população. Para o governo é alerta. Os aplausos com a distribuição do auxílio têm prazo de validade. Para a oposição, um alento. Conhecer o apogeu do adversário é fundamental para a oposição montar um plano alternativo.

É factível supor que a popularidade do presidente parou de crescer com as notícias do começo do fim do auxílio emergencial de 600 reais, que hoje beneficia 66 milhões de brasileiros. A partir de setembro, o valor será reduzido de 600 para 300 reais por quatro meses. Depois, em tese, será criado o programa Renda Brasil que distribuirá cerca de 250 reais para entre 40 e 45 milhões de pessoas. Ou seja, na virada do ano pelo menos 20 milhões de brasileiros ficarão sem receber nada.

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Informados na pesquisa sobre a redução do valor do auxílio emergencial, 57% concordam e 35% concordam. Entre os que recebem ou estão aguardando receber o auxílio, 71% discordam. Também é factível supor que parte dos excluídos do programa se voltem contra o governo.

Minha hipótese é que a aprovação de 50% para o governo Bolsonaro é artificial. Quem é popular são os 600 reais no bolso, não Bolsonaro. A aprovação ao governo deverá cair gradativamente com a corte do benefício de 600 para 300 reais e drasticamente quando milhões ficarem sem nada. O dinheiro no bolso deu musculatura rápida a Bolsonaro, mas é um hipertrofia por anabolizantes, não por exercícios físicos seriados.

Outro ponto a ser notado é como o discurso anticorrupção segue permeável nas classes média alta e alta, apesar do cansaço de políticos, jornalistas e procuradores seguir com suas denúncias. Nas duas semanas de intervalo das pesquisas ocorreu o bate-boca do presidente com o repórter que lhe perguntou “por que a família Queiroz depositou 89 mil reais na conta da primeira-dama, Michelle Bolsonaro?”. Questionados pelo PoderData, 68% dos brasileiros acham que o presidente deve explicar os depósitos. Apenas 19% acham que o capitão não deve dar explicação. Entre quem tem curso superior, 77% acham que o presidente precisa falar, índice similar entre os que recebem mais de 10 salários mínimos. Enquanto Bolsonaro não tiver explicações sobre os rolos de sua família com Queiroz, o tema o seguirá como um fantasma.

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