Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Imagem Blog

Tela Plana

Por Kelly Miyashiro Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Críticas e análises sobre o universo da televisão e das plataformas de streaming
Continua após publicidade

Com ‘In the Heights’, Lin-Manuel Miranda leva DNA latino aos musicais

Na versão para a tela de seu espetáculo na Broadway, o filho de porto-riquenhos se confirma como um interessante (e caliente) sopro de vida no gênero

Por Marcelo Canquerino Atualizado em 4 jun 2024, 13h35 - Publicado em 18 jun 2021, 06h00

Em uma pequena parte do bairro de Washington Heights, em Nova York, bandeiras de Porto Rico, México, Cuba, Brasil e muitas outras são alçadas com energia por moradores que cantam a plenos pulmões e se jogam em coreografias vibrantes. A falta de momentos como esse em Hollywood — que não sejam uma mera encarnação de estereótipos — foi o que motivou um jovem Lin-­Manuel Miranda a criar, em 1999, durante seu segundo ano de faculdade, o musical In the Heights. “Eu não via tantos papéis para nós, latinos. Então, comecei a escrever o meu próprio show dos sonhos.”

+ Compre o CD de In the Heights

Novos tempos, em suma, exigem um novo tipo de talento: se o inglês Andrew Lloyd Webber (aliás, barão Lloyd-Webber) dominou a Broadway nova-iorquina e o West End londrino dos anos 1970 aos 2000 com musicais dramáticos como Jesus Cristo Superstar, Evita e Cats, esta última década tem sido a de Miranda, de 41 anos, por excelência um criador que se inspira nas pessoas, cores e movimentos que surgem das ruas. Adaptado por Miranda e dirigido pelo também multicultural Jon M. Chu (do sucesso Podres de Ricos), com elenco que faz jus à composição demográfica de seu cenário, Em um Bairro de Nova York (In the Heights, Estados Unidos, 2021), já em cartaz no país, reproduz — e amplia — na tela aquilo que se viu no palco: a vida e os sonhos de pessoas simples de Washington Heights. “Sem vilões, drogas ou crime. É só uma história contada por latinos com muito amor pela sua cultura”, disse a VEJA Miranda, ele próprio nascido no bairro (leia mais na pág. 84).

+ Compre o livro em inglês Hamilton: An American Musical

O jovem de origem porto-riquenha adentrou o universo dos musicais com o pé direito. In the Heights ganhou o Tony — o Oscar do teatro — em 2008, e o Grammy no ano seguinte. Foi em uma pausa para descanso nesse período, porém, que ele tropeçou naquela que, sete anos depois, se revelaria a pedra de toque de sua carreira: durante as férias, ao ler a biografia de Alexander Hamilton — um dos fundadores da nação americana — publicada nos Estados Unidos em 2004 pelo historiador e escritor Ron Chernow, Miranda começou a gestar um projeto que tomaria a Broadway de assalto pelo brio e pela inovação, e rapidamente ganharia a dimensão de fenômeno cultural.

+ Compre o livro Alexander Hamilton

Continua após a publicidade

Órfão ilegítimo nascido em uma colônia britânica no Caribe, sem meios nem conexões, o autodidata Alexander Hamilton (1757-1804) ascendeu no movimento revolucionário que culminaria na Guerra de Independência. Ajudou a redigir a Constituição e foi braço direito e secretário do Tesouro do primeiro presidente americano, George Washington — mas terminou no segundo plano da história. Em Hamilton, o musical, a trajetória dele é contada em 46 canções (Lin-Manuel Miranda realmente acredita que musicais se fazem com música, em quantidade que alguns diriam ser exorbitante) que incorporam desde a tradição da Broadway até batalhas de rap. Acima de tudo, porém, em Hamilton os escravocratas e aristocratas da época têm suas histórias desapropriadas de si mesmos para serem contadas por pessoas negras e latinas, que compõem a maioria do elenco. Segundo estimativas da Forbes, o espetáculo já arrecadou mais de 1 bilhão de dólares em receita global, além de ter ganhado onze prêmios Tony e um Pulitzer.

Filho de um ex-conselheiro político e de uma psicóloga, ambos de origem porto-riquenha (vale lembrar que Porto Rico tem o status de território americano), Lin-Manuel Miranda tem levado para os musicais um engajamento que só muito esporadicamente se via no gênero. As correntes de migração vindas da América Central e do México são uma das questões mais controversas e acaloradas do debate político e social americano, mas, ao deslocar o foco desse campo para o da cultura, da música e dos costumes — para a trama de que é feito o tecido de uma metrópole como Nova York ou de um país como os Estados Unidos, enfim —, Miranda avança sobre essas barreiras por um outro flanco, mais imediato e permeável: o da convivência. Simples como cantar e dançar.

Publicado em VEJA de 23 de junho de 2021, edição nº 2743

CLIQUE NAS IMAGENS ABAIXO PARA COMPRAR

Continua após a publicidade
Com ‘In the Heights’, Lin-Manuel Miranda leva DNA latino aos musicaisCom ‘In the Heights’, Lin-Manuel Miranda leva DNA latino aos musicais
In the Heights
Com ‘In the Heights’, Lin-Manuel Miranda leva DNA latino aos musicaisCom ‘In the Heights’, Lin-Manuel Miranda leva DNA latino aos musicais
Hamilton: An American Musical
Continua após a publicidade
Com ‘In the Heights’, Lin-Manuel Miranda leva DNA latino aos musicaisCom ‘In the Heights’, Lin-Manuel Miranda leva DNA latino aos musicais
Alexander Hamilton
logo-veja-amazon-loja
Continua após a publicidade

*A Editora Abril tem uma parceria com a Amazon, em que recebe uma porcentagem das vendas feitas por meio de seus sites. Isso não altera, de forma alguma, a avaliação realizada pela VEJA sobre os produtos ou serviços em questão, os quais os preços e estoque referem-se ao momento da publicação deste conteúdo.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Semana Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

a partir de 35,60/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.