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A história de VEJA nos Jogos
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A capa de VEJA com Brejnev que irritou as autoridades de Moscou

Em 1980, o editor Roberto Civita foi parado no Aeroporto Sheremetyevo porque levava exemplares da revista com uma caricatura de Brejnev

Por Fábio Altman Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 27 jul 2021, 17h36 - Publicado em 25 jul 2021, 07h00
O líder soviético como halterofilista: boicote americano por causa da invasão do Afeganistão / Arquivo
O líder soviético como halterofilista: boicote americano por causa da invasão do Afeganistão / Arquivo (VEJA/Reprodução)

No magnífico livro Roberto Civita – O Dono da Banca – A vida e as ideias do editor da VEJA e da Abril, o jornalista Carlos Maranhão faz minucioso relato de um dos momentos mais insólitos da história de revista em Olimpíadas, durante os Jogos de 1980, em Moscou. Alguns trechos selecionados: 

“Bolsa de couro pendurada no ombro, daquele tipo que muitos homens vinham usando desde os anos 1970, Roberto Civita foi parado na alfândega do Aeroporto Sheremetyevo. Já pressentia o que iria acontecer. Ele acabara de desembarcar em Moscou, precedente de Paris…  Roberto permaneceu pouco tempo na capital francesa, a caminho de Moscou, e apareceu no escritório só para apanhar alguns exemplares da edição  de VEJA que acabara de chegar de São Paulo.  Ela trazia na capa uma charge do líder da União Soviética, Leonid Brejnev, desenhado como um halterofilista que tentava levantar um peso em que se viam as bandeiras dos Estados Unidos, Alemanha Ocidental, Japão e Canadá ( a da Grã-Bretanha foi incluída erradamente). Os quatro países, ao lado de mais 61, negaram-se a participar dos Jogos Olímpicos que seriam abertos no sábado daquela semana, 19 de julho. Tratava-se de um boicote do governo de Jimmy Carter em represália à invasão soviética no Afeganistão, em um novo episódio da Guerra Fria. Quatro anos mais tarde, os russos revidaram. Juntos com seus aliados, não iriam à Olimpíada de Los Angeles”. 

“Roberto embarcou para a capital russa com as revistas dentro da bolsa. Quando entrou na alfândega, um funcionário mandou que abrisse. Ele as retirou sem a preocupação de esconder a capa. O funcionário imediatamente as apanhou e entregou-as para um colega mais graduado. Foram confiscadas.  “It ‘s my magazine”, reagiu Roberto. “My magazine”, insistiu em voz alta, como se os funcionários pudessem saber que era o legítimo proprietário não só daqueles exemplares como da própria VEJA…. depois de muitas discussões e de ter apresentado suas credenciais de editor, as revistas lhe foram finalmente devolvidas. Saiu de lá apressado, mal se instalou no hotel e foi direto para o centro de imprensa da Olimpíada para contar o que havia acontecido a Dorrit Harazim, que cobria o evento como enviada especial de VEJA. Estava agitadíssimo e disse que o episódio precisava ser denunciado. Dorrit procurou tranquilizá-lo, mas lembrou que se encontravam em um país socialista, em que não vigorava a liberdade de imprensa. Roberto então pediu que ela o acompanhasse até a Praça Vermelha para que fossem fotografados com as revistas aprendidas (apesar de já liberadas). Ela achou melhor não ir, pois temia que uma foto como essa pudesse causar a perda de sua credencial de jornalista. “Então Roberto foi sozinho e posou todo feliz”, recordaria Dorrit. Na foto, feita por J.B. Scalco, da PLACAR, revista semanal de esportes da Abril, ele foi retratado como se estivesse lendo a VEJA, com o Kremlin ao fundo”. 

 

Roberto Civita na Praça Vermelha, com a VEJA:
Roberto Civita na Praça Vermelha, com a VEJA: “It’s my magazine” (J. B. Scalco/VEJA)
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