O tablet, o tablete e a tabuleta
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São curiosos os caminhos dos estrangeirismos. A palavra tablet (pronuncia-se táblet) penetrou no português brasileiro há apenas dois ou três anos, vinda do inglês. Chegou junto com a engenhoca eletrônica que nomeia, na esteira do sucesso do iPad, da Apple. Poderia ter sido traduzida como tablete, vocábulo já existente em nossa língua, mas não foi. Talvez porque tablete esteja identificado demais com toletes de margarina, por exemplo, para soar bem em campo semântico tão tecnologicamente avançado.
A verdade é que tablete também não estaria livre da acusação de ser um estrangeirismo. De fato, oriunda do francês tablette, essa palavra nos chegou em algum momento do século XX para dar conta do sentido de “medicamento, substância alimentar ou qualquer produto sólido apresentado em forma de placa, geralmente retangular” (Houaiss).
Se fôssemos procurar um bom termo vernáculo para lançar como candidato a substituir tablet, acabaríamos, provavelmente, encontrando tabuleta. Esta palavra, sim, tem antiguidade suficiente (é do século XV) para apaziguar os nacionalistas do idioma, além de apresentar uma perfeita equivalência etimológica com o inglês tablet.
Todos esses termos são descendentes do latim tabula (“tábua, mesa, tabuleiro, quadro, painel de madeira”). O tablet é um vocábulo que o inglês, que já tinha table (“mesa”), foi buscar ainda no início do século XIV no francês antigo tablete (hoje tablette), diminutivo de “tábua, superfície de madeira”. Tabuleta, pois é.
Naturalmente, tudo isso vale apenas como exercício: assim como o tablete de margarina nunca foi chamado de tabuleta, é improvável que um dia venhamos a nos referir assim ao iPad. Mas não deixa de ser uma forma de, em termos culturais, tomar posse do tablet, que, sendo uma palavra importada, é da família de uma figurinha tão fácil quanto essa – ou quanto tabuleiro, tabuada, tabela e tabelião.
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