A seta que aponta é a mesma que espeta
A flecha (do francês flèche) que aponta é a mesma que espeta. A seta (do latim sagitta) que orienta é a mesma que espicaça. Poucas vezes essa ambivalência terá tido ilustração mais eloquente – e engraçada – do que no vídeo abaixo. A cena não é nova – ocorreu em março – e talvez já […]
A flecha (do francês flèche) que aponta é a mesma que espeta. A seta (do latim sagitta) que orienta é a mesma que espicaça. Poucas vezes essa ambivalência terá tido ilustração mais eloquente – e engraçada – do que no vídeo abaixo.
A cena não é nova – ocorreu em março – e talvez já seja conhecida por quem acompanha de perto as notícias do futebol internacional. Pouco importa: pura poesia visual, o que temos aqui é um momento eterno.
Seria difícil fabricar com palavras algo mais espirituoso e criativo do que esse curto vídeo de uma partida de futebol de uma liga regional da Alemanha. Que sirvam as palavras, então, para contextualizar a cena das setas coloridas que se movem pela arquibancada, mostrando o caminho do gol, como se dissessem: “Por aqui, rapazes!”. São carregadas por torcedores insatisfeitos do Magdeburg, um time cujas jornadas gloriosas ficaram no passado distante: em 1974, sagrou-se campeão da Copa dos Campeões da Uefa, derrotando o Milan por 2 a 0 na final.
De lá para cá, a decadência foi atroz. O Magdeburg chegou a essa partida contra o Berliner AK, válida pelo campeonato da quarta divisão alemã, após uma sequência de cinco jogos sem marcar um gol sequer. Eis o motivo da sinalização ambulante. Se a moda pega… Ah, sim: isso não está no vídeo, mas, orientado ou espetado, o fato é que o Magdeburg quebrou o jejum nessa partida. Seu gol solitário de nada adiantou, porém: o adversário fez dois.
Bom domingo a todos.