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Ciro critica Lula e a esquerda e diz que o PMDB é uma ‘quadrilha’

Em Porto Alegre, presidenciável do PDT ataca reformas e cortes de gastos feitos por Temer e afirma que é preciso entender por que o povo está ‘catatônico’

Por Paula Sperb
24 ago 2017, 22h11

Em ritmo de candidato à Presidência da República, Ciro Gomes  (PDT) cumpriu intensa agenda em Porto Alegre nesta quinta-feira. Diante de mais de 700 pessoas, que lotaram o teatro Dante Barone, na Assembleia Legislativa, o presidenciável criticou políticos de todo espectro ideológico. “Eu tenho um probleminha com o PMDB. Não é mais um partido político, é uma quadrilha”, disse, por exemplo, sobre o partido do presidente Michel Temer.

Sobre o PT, Ciro criticou a incoerência dos deputados do partido por terem votado em Rodrigo Maia (DEM) para a presidência da Câmara após o impeachment de Dilma Rousseff. O ex-governador do Ceará também não perdoou a proximidade de Lula com o senador Renan Calheiros (PMDB)-AL, que recepcionou em Alagoas, nesta semana, o ex-presidente, que faz uma turnê pelo Nordeste.

“Assim não dá”, disse sobre as “companhias” do PT. “Não mudamos de lado, mas assim não dá. Vou ter que pedir para votarem nele [ Lula] e ficar explicando as cagadas que eles fazem diariamente?”, disse, deixando claro que não haverá nenhuma aliança com os petistas na corrida presidencial de 2018.

‘Povo está catatônico’

Ciro afirmou também que falta humildade a setores da esquerda, que reclamam da baixa mobilização popular contra as medidas de Temer, como a reforma da Previdência. “Precisamos entender por que o povo está catatônico. Há setores da esquerda rancorosos com a população, que não atende à convocação [para protestos]. Tem que ter humildade para entender o pensar do povo sobre esses assuntos”, disse.

O pré-candidato criticou o teto de gastos públicos pelos próximos vinte anos – proposta enviada por Temer e aprovada pelo Congresso – e defende que é possível fazer a receita do país crescer com mais investimentos ao invés de fazer cortes no orçamento.

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A fala do pedetista ocorreu durante a 1ª Jornada em Defesa do Serviço Público, promovida pela deputada estadual Juliana Brizola (PDT), que é neta do ex-governador do RS e do RJ, Leonel Brizola, e faz oposição ao governador José Ivo Sartori (PMDB) no Legislativo. “O PDT voltou a sonhar”, disse a deputada sobre a perspectiva da candidatura de Ciro pelo partido à Presidência da República.

Assim como Ciro, a deputada também criticou o pacote de privatização anunciado pelo governo federal, que inclui a Eletrobrás. “Qual país sério pensa em vender sua energia? Vender para quê? Para comprar quantos deputados que vão tirar os nossos direitos?”, questionou.

O presidente nacional do PDT, o ex-ministro Carlos Lupi, foi enfático ao criticar as privatizações. “Se tem uma coisa que tem que ser privada, literalmente ir à privada, é Michel Temer. Vá para a privada que o povo brasileiro está cansado de você”, disse.

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A deputada estadual Juliana Brizola, neta de Leonel Brizola, e Ciro Gomes, ambos do PDT, em Porto Alegre (Evandro Leal/Divulgação)

Ciro Gomes almoçou com apoiadores, caminhou pelo centro de Porto Alegre em ato de homenagem ao ex-presidente Getúlio Vargas e palestrou na Assembleia Legislativa. Após o evento, o pedetista se deslocou de trem até a cidade de São Leopoldo, na região metropolitana, onde falou para estudantes na Unisinos, principal universidade do Vale dos Sinos.

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