Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Rio Grande do Sul Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por Veja correspondentes
Política, negócios, urbanismo e outros temas e personagens gaúchos. Por Paula Sperb, de Porto Alegre
Continua após publicidade

‘Brizola falava tudo que está acontecendo’, diz neto do político

“Tijolaços”, livro com textos históricos do líder trabalhista, é lançado em Porto Alegre

Por Paula Sperb
7 out 2017, 11h22

Crise política e ética, mudanças nas leis trabalhistas e privatizações. O cenário atual do Brasil era descrito pelo gaúcho Leonel Brizola (1922-2004) décadas atrás nos seus famosos “Tijolaços”, textos publicados em jornais nacionais entre 1980 e 1990. Ex-governador do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro, Brizola liderou a campanha pela “Legalidade”, em 1961, para garantir a posse do presidente João Goulart, vice de Jânio Quadros, que havia renunciado.

“Ele falava tudo que está acontecendo agora. Ele publicava o que não era dito nos jornais pagando pelo espaço do texto”, diz Leonel Brizola Neto, 42 anos, sobre o avô. Ele é vereador no Rio de Janeiro pelo PSOL e esteve em Porto Alegre para lançar na última sexta o livro Tijolaços com cerca de 40 textos do avô. Leonel, como é chamado para não ser confundido com o ex-deputado federal e ex-ministro do trabalho Brizola Neto, seu irmão mais novo, é também irmão gêmeo da deputada estadual Juliana Brizola (PDT-RS).

Um dos assuntos que o líder trabalhista abordava nos seus artigos, tema considerado atual por Leonel, é o projeto de governo do PMDB, partido atualmente na presidência com Michel Temer. “Meu avô dizia que, ao passo que as questões sociais surgem, o PMDB mostra seu lado conservador. É exatamente o que estamos vendo. O PMDB é o antagonismo da política de Brizola, que prega a educação de qualidade, de primeiro mundo”, comenta o vereador.

Continua após a publicidade

Críticas às privatizações, que Brizola chamava de “entreguismo”, também constam na obra. “Privatizar é entregar o patrimônio do povo às empresas estrangeiras. Ele escreveu um texto sobre ‘capitalismo inviável’ porque na década de 1980 ele mostra que o que foi feito na Europa e Estados Unidos foi diferente do que estavam fazendo no Brasil. Lá não entregaram tecnologia e recursos naturais para empresas estrangeiras. Aqui, a gente entregou tudo. Ele mostrava que esse modelo econômico vigente requer miséria, requer que o povo fique na criminalidade e não serve para tirar o Brasil do subdesenvolvimento”, disse Leonel a VEJA.

Vereador em terceiro mandato no Rio de Janeiro, Leonel iniciou sua carreira política aos 19 anos fazendo campanha para o avô, que concorreu a vice-presidente na chapa com Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 1998. A eleição foi vencida por Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Porém, nem sempre Brizola apoiou Lula. “Há idas e vindas do Brizola com o Lula. Meu avô teve a grandeza de ser vice do Lula. Mas quando Lula nomeou Henrique Meirelles para presidente do Banco Central, ele disse que não iria dar certo porque ele representava a destruição do estado. A questão do modelo econômico era central para meu avô, que sempre falava das perdas para o país enquanto tivesse a ‘bomba de sugar as riquezas’”, conta o neto.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.