77% das pessoas evitam sair à noite em Porto Alegre por violência
Pesquisa do Instituto Cidade Segura mostra também que 82,5% dos porto-alegrenses consideram a capital uma cidade bastante violenta
Deixar de sair à rua, não carregar objetos de valor, ter bens furtados e até ameaça de morte. Essa é a realidade da falta de segurança que afeta vida dos moradores de Porto Alegre segundo uma pesquisa lançada na última quinta-feira, na capital gaúcha.
A 1ª Pesquisa de Vitimização de Porto Alegre foi desenvolvida pelo Instituto Cidade Segura e realizada pelo Instituto de Opinião Pública (IPO) com o apoio do Ugeirm (Sindicato dos Agentes da Polícia Civil) e pelos Sindicatos dos Policiais Federais e dos Policiais Rodoviários Federais do Rio Grande do Sul. Os dados foram coletados entre 17 e 28 de outubro de 2017 com mil entrevistas (veja a pesquisa completa).
“Sem pesquisas de vitimização, os governos brasileiros e as próprias polícias estruturam seus diagnósticos a partir dos registros efetuados pelas vítimas, especialmente a partir dos Boletins de Ocorrência (B.O.s). O problema, como se perceberá claramente neste trabalho, é que a maioria das vítimas não registra ocorrência. O fenômeno, conhecido como dark rate (cifra obscura), dá conta da subnotificação criminal. Em outras palavras, há uma impressionante quantidade de ocorrências criminais que não chegam ao conhecimento do Poder Público e que só podem ser estimadas por pesquisas de vitimização, explica Marcos Rolim, doutor em sociologia e especialista em segurança pública, à frente do Cidade Segura.
Os dados mostram que 77% dos moradores da capital gaúcha não saem à noite por medo de serem vítimas de crimes e que 82,5% dos porto-alegrenses consideram a capital uma cidade bastante violenta. Do total dos entrevistados, 35% já tiveram algum objeto furtado. Mas situações ainda mais violentas como ameaças de morte e um familiar assassinado também apareceram nos dados revelados pela pesquisa.
“Todo estudo, análise e pesquisa feita sobre Segurança Pública é muito bem vindo pois nos auxilia a corrigir e aperfeiçoar as políticas de enfrentamento a violência e a criminalidade. Cada vez mais é necessária a compreensão de que a participação da sociedade civil e a integração nas ações que envolvem as áreas de inteligência e tecnologia aumentarão as nossas possibilidades de sucesso”, disse em nota a VEJA o secretário estadual de Segurança, Cezar Schirmer, sobre a pesquisa.
Os números mostram que 14,3% dos residentes maiores de 16 anos em Porto Alegre já foram ameaçados de morte ao longo de suas vidas. Nos últimos 12 meses, 6,5% dos residentes maiores de dezesseis anos foram vítimas desse delito, o que significa, aproximadamente, 77 mil pessoas. Quanto a esses casos, 65% das vítimas não registraram ocorrência. Entre as vítimas que registraram ocorrência, se observou que as mulheres são o dobro. As vítimas, entretanto, são, predominantemente, do sexo masculino e jovens.
De acordo com a pesquisa, 23,4% dos residentes maiores de 16 anos já tiveram, ao longo de suas vidas, a experiência de um familiar assassinado, o que significa, aproximadamente, 279 mil pessoas.
O cenário de violência faz com 33,9% sofram de ansiedade por conta da insegurança, 33,2% sentem pânico ao imagina rum familiar como vítima, 23% têm dificuldade de dormir preocupados com familiares ou segurança pessoal e 7% têm pesadelo com cenas de violência.
O sinal que a nova pesquisa sobre a popularidade de Lula enviou para o mercado financeiro
O que a nova decisão de Moraes sinaliza sobre possível prisão de Bolsonaro
Componentes da Grande Rio denunciam ‘caos’ gerado por Virgínia Fonseca
PF deu de cara com filho de Lula ao cumprir mandado contra ex-nora do presidente
‘A TV aberta está sob xeque’, diz Ernesto Paglia após demissão da Globo







