
No debate dos tucanos, Arthur Virgílio criticou Eduardo Leite por ter apoiado Bolsonaro no segundo turno de 2018.
Leite se explicou como pôde, afirmando que não apoiou Bolsonaro, apenas declarou voto nele (ou seja, fumou, mas não tragou), e aproveitou para alfinetar João Doria, dizendo que “seu adversário” é que o apoiou, pois inventou o “BolsoDoria” e tirou fotos com o atual presidente.
Doria reconheceu que errou ao apoiar Bolsonaro, mas sublinhou que Eduardo também errou.
É evidente que votar em Bolsonaro em 2018 foi um erro. Mas e daí?
Erro muito maior é, em 2021, apontar o dedo e procurar culpados pela catástrofe que estamos vivendo. Olhar para o passado serve para aprender com os erros, não para crucificar quem errou.
Procurar culpados para sacrificar é um hábito petista que (não por acaso) contribui para a polarização Lula/Bolsonaro e prejudica a construção de uma candidatura alternativa, de centro.
É surpreendente que três políticos profissionais caiam nessa esparrela, e ainda mais surpreendente que candidatos do mesmo partido — em que os derrotados têm obrigação de apoiar o vencedor — sejam ingênuos a ponto de entrar em uma luta fratricida dessas.
Falar dos erros de 2018 só ajuda Lula e Bolsonaro.
É melhor concentrar nos acertos que, espera-se, serão feitos a partir de 2023.