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O próximo presidente

Bolsonaro é o favorito para ir ao segundo turno com Lula, mas há o risco Moro

Por Ricardo Rangel Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 10 dez 2021, 16h24 - Publicado em 10 dez 2021, 06h00

Conhecido por todo o eleitorado, que tem saudade das vacas gordas de quando ele era presidente, e em primeiro lugar disparado nas pesquisas, Lula é franco favorito. É virtualmente impossível que não esteja no segundo turno (petistas torcem por uma vitória do PT no primeiro turno, mas isso não ocorreu nem quando Lula estava no auge da popularidade, é improvável que ocorra agora).

Isolado em segundo, Bolsonaro tem um Auxílio Brasil turbinado, a caneta para distribuir benesses e alta competência nas redes sociais. É o favorito para enfrentar Lula, mas seu governo é um desastre e as perspectivas para 2022 são péssimas: nunca um presidente correu tanto risco de ficar de fora do segundo turno.

Com dois dígitos nas pesquisas, Sergio Moro está consolidado no terceiro lugar e crescendo. Ciro Gomes é de esquerda, não tira votos do capitão e praticamente não tem chance. João Doria até hoje não conseguiu transformar a vacina em voto e conta com a hostilidade de grande parte de seu partido: tem de operar um milagre para se tornar competitivo. Os demais parecem mais candidatos a vice do que outra coisa.

Bolsonaro foi eleito por votos ultradireitistas, antissistema e antipetistas. A ultradireita, núcleo duro bolsonarista (12% ou 15% do eleitorado), está fechada com o presidente, mas Sergio Moro veste o figurino de antissistema melhor do que Bolsonaro e é menos repugnante para antipetistas. Espaço para suplantar o capitão o ex-juiz tem.

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“A terceira via deveria ser alguém que pudesse superar a polarização e reconciliar o país”

A terceira via deveria ser alguém sem vínculo com Bolsonaro ou Lula, que pudesse superar a polarização e reconciliar o país consigo mesmo. Sergio Moro é o oposto disso: algoz de Lula e rompido com Bolsonaro, é odiado pela esquerda, considerado traidor pela direita e visto com desconfiança pelos liberais. Está no cerne da polarização.

Apesar de não ser a terceira via ideal, se Moro se mostrar capaz de ultrapassar o presidente, precipitará o “voto útil” e receberá uma enxurrada de votos. Entre colocar Bolsonaro no segundo turno e apoiar o ex-juiz — e talvez participar de seu governo —, políticos de centro ou de centro-direita, incluindo até Doria, deverão preferir a segunda alternativa. (Sem opção, Ciro, quem sabe, irá para Paris mais cedo em 2022.)

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Antibolsonaristas de todas as cores, incluindo parte da esquerda não petista, votarão em qualquer um que possa derrotar Bolsonaro. E uma parcela da ultradireita pode preferir Moro porque sua chance de vencer Lula é maior do que a do capitão. De fato: em um segundo turno, Moro atrairá desde bolsonaristas radicais até setores da centro-esquerda, um espectro muito mais amplo do que o de Bolsonaro ou o de Lula.

Lula poderia neutralizar a vantagem de Moro com um discurso moderado, mas tem preferido defender ditadores, dizer que o mensalão e o petrolão não existiram e que a Lava-Jato foi uma conspiração dos EUA, e desancar a responsabilidade fiscal. (O único aceno de Lula ao centro é a negociação com Geraldo Alckmin, que pouco agrega a sua candidatura.)

O histórico do PT é conhecido: quando foi moderado, venceu; quando radicalizou, perdeu. Lula está correndo um risco desnecessário. Sergio Moro agradece.

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Publicado em VEJA de 15 de dezembro de 2021, edição nº 2768

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