Ícone de fechar alerta de notificações
Avatar do usuário logado
Usuário

Usuário

email@usuario.com.br
Mês dos Pais: Revista em casa por 7,50/semana
Imagem Blog

Ricardo Rangel

Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

O dilema do centrão: quando trair?

Apoiar Bolsonaro está ficando caro demais — e o bloco fisiológico sabe

Por Ricardo Rangel Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 13 jul 2021, 17h39 - Publicado em 13 jul 2021, 17h38

Segundo o Datafolha, mais da metade dos brasileiros considera o presidente Bolsonaro incompetente, desonesto, falso, indeciso, autoritário, despreparado, pouco inteligente, e jamais confia no que ele diz. 70% acreditam que há corrupção no governo, 64% acreditam que Bolsonaro sabe disso (segundo o PoderData, 50% acham que ele está pessoalmente envolvido, incluindo 28% dos que votaram nele). Pela primeira vez, a maioria (54%) dos brasileiros quer o impeachment.

O cenário é sombrio e não deve mudar. A Polícia Federal abriu inquérito para apurar se Bolsonaro cometeu crime, e a CPI vai descobrir novos fatos comprometedores (O Antagonista relata que Bolsonaro teria participado pessoalmente da negociação espúria de compra de vacinas da Davati). A ampliação da vacinação aumentará o tamanho das manifestações. Há até a perspectiva de uma crise hídrica, e ela não está sendo tratada com a seriedade necessária.

Bolsonaro reage como sempre: com fúria, paranoia e exigência de provas de lealdade. Xingou senadores e o ministro Barroso, ameçou cancelar as eleições e exigiu que os militares, desonrando a farda, ameaçassem a democracia. A sociedade reagiu de maneira enfática e unânime. Nada disso melhora a situação do presidente.

É difícil acreditar que Bolsonaro possa se recuperar a ponto de se reeleger, e parece haver chance de ele não chegar sequer ao segundo turno.

Apoiar Bolsonaro está ficando caro demais: significa arriscar-se a perder a eleição em 2022 e ganhar na testa o carimbo de inimigo da democracia.

Continua após a publicidade

O centrão sabe disso. E está se mexendo. Vários partidos da base aliada firmaram compromisso para enterrar o voto impresso, e Marcelo Ramos (PL) defende voto eletrônico e afirma que o debate é desnecessário. Arthur Lira (PP) e Rodrigo Pacheco (DEM) demoraram mais do que deveriam, mas enfatizaram compromisso a favor da democracia e contra ruptura institucional. Gilberto Kassab (PSD) já avisou que não apoiará Bolsonaro, e lançou Pacheco, que deixa de ser aliado de Bolsonaro para ser seu adversário.

A questão existencial do centrão é o momento do desembarque.

Se abandonar o barco cedo demais, deixa um caminhão de dinheiro na mesa. Se demorar demais, acaba tragado pelo naufrágio governista. O desafio é encontrar o momento exato para maximizar o butim — e não se afogar.

Mas não há dúvida de que o centrão conseguirá. Sempre consegue. É sua especialidade.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
De: R$ 16,90/mês
Apenas 9,90/mês*
OFERTA MÊS DOS PAIS

Revista em Casa + Digital Completo

Receba 4 revistas de Veja no mês, além de todos os benefícios do plano Digital Completo (cada revista sai por menos de R$ 7,50)
De: R$ 55,90/mês
A partir de 29,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.

abrir rewarded popup