O depoimento da Dra. Nise Yamaguchi é um desastre para todos os envolvidos.
É um desastre para Jair Bolsonaro e para seu governo, pois deixa claro que havia um conselho informal, sem atribuição definida e sem responsabilidade pública, que formulava uma política de saúde não apenas irregular, mas perigosa, sem base científica, e contrária àquela oficial, definida pelo Ministério da Saúde.
É um desastre para os senadores, que impacientes e irritados com a atitude negacionista e anticientífica da depoente, a impediram de falar e transformaram boa parte da sessão em um colossal bate-boca.
É um desastre para a CPI, que, ao dar palco para o negacionismo, se transformou num circo.
E é um desastre para os brasileiros em geral, muitos dos quais, levados a crer que o inexistente “tratamento precoce” é questão de opinião, serão induzidos a erro em relação à pandemia, ao “tratamento” e ao desempenho do presidente da República, do ex-ministro Pazuello e de sua alucinada e criminosa “política” de saúde.