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Covaxin: um saco de velocípedes

O caso Covaxin tem cara de corrupção, jeito de corrupção, cheiro de corrupção; resta saber quem são os envolvidos

Por Ricardo Rangel Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 23 jun 2021, 19h04

O caso Covaxin é um espanto. Um negócio tão troncho que parece um saco de velocípedes.

Era uma vacina da qual nunca ninguém tinha ouvido falar, e ainda estava longe do término do processo de testagem. A escolha da vacina foi feita em tempo recorde, enquanto a Pfizer estava havia meses na geladeira e outras não estavam sequer no radar. Foi a única comprada via empresa intermediária. A empresa é suspeita de irregularidade num caso anterior de fornecimento ao Ministério da Saúde. O preço era mais alto do que o das outras.

O presidente da República se envolveu pessoalmente na escolha. Ricardo Barros, líder do governo que fez a MP que permitiu que se comprasse a vacina, era ministro da Saúde em 2017, quando ocorreu o caso anterior em que a atual intermediária era suspeita de irregularidade.

O Ministério da Saúde recebeu fatura de uma terceira empresa, desconhecida, que não constava do contrato. O volume de doses e preço constantes da fatura eram diferentes dos mencionados no contrato. A empresa queria receber antecipado, diferentemente do que rezava o contrato. A empresa queria receber, em março, por vacinas que ainda não havia entregado, mas que venceriam em abril e maio (ou seja, iriam para o lixo com certeza). Houve pressão violenta e sem cabimento, até fora do horário do expediente, para que fosse efetuado o pagamento.

O assunto foi levado ao presidente da República por funcionário do Ministério do Saúde (que se recusou a pagar) e por seu irmão, que é deputado. O presidente concordou que o caso era suspeito e ficou de levá-lo à Polícia Federal, mas, até hoje, três meses depois, nada se soube do caso.

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O deputado tentou conseguir notícias do andamento do caso junto à presidência da República, mas nada mais descobriu. Ainda em março, Eduardo Pazuello foi demitido do Ministério da Saúde e atribuiu sua demissão a “pressão política” por parte de pessoas interessadas em “pixulé”. Até hoje não chegou nenhum lote da vacina.

O caso Covaxin tem cara de corrupção, jeito de corrupção, cheiro de corrupção. Resta saber quem são os corruptos, quem são os corruptores e, acima de tudo, se o esquema envolve o presidente da República.

(Se foi mesmo corrupção e Bolsonaro não cumpriu com sua obrigação de informar à polícia, só isso já é crime de prevaricação.)

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