Xiii… Depois da Rede, agora é o “Solidariedade” que sobe no telhado
Pois… Depois da “Rede”, de Marina Silva, agora é o “Solidariedade”, o partido de Paulo Pereira da Silva, que sobe no telhado, segundo informam Ranier Bragon e Márcio Falcão na Folha Online. Leiam trecho. Volto em seguida. Alterando pareceres anteriores que opinavam favoravelmente à criação do Solidariedade, o Ministério Público Eleitoral pediu nesta segunda-feira (23) […]
Pois… Depois da “Rede”, de Marina Silva, agora é o “Solidariedade”, o partido de Paulo Pereira da Silva, que sobe no telhado, segundo informam Ranier Bragon e Márcio Falcão na Folha Online. Leiam trecho. Volto em seguida.
Alterando pareceres anteriores que opinavam favoravelmente à criação do Solidariedade, o Ministério Público Eleitoral pediu nesta segunda-feira (23) que a Polícia Federal abra inquérito para apurar as suspeitas de fraudes nos recolhimentos de assinaturas de apoio à criação do partido do deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), presidente da Força Sindical.
O novo vice-procurador-geral Eleitoral, Eugênio Aragão, enviou à Justiça Eleitoral argumento de que as suspeitas “podem demonstrar a ocorrência de fraudes em massa no Estado de São Paulo, circunstância que poderia comprometer, irremediavelmente, o registro do partido”. À Folha, Aragão afirmou que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) não pode julgar o pedido de registro do Solidariedade até que as investigações sejam feitas. O partido precisar ter o seu pedido aprovado até a semana que vem para que possa participar das eleições de 2014.
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Entre as suspeitas que pesam contra o partido de Paulo Pereira estão a de que o Sindilegis (Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo Federal) tenha fornecido a aliados do deputado, ilegalmente, a base de dados de seus cerca de 11 mil filiados para que seus nomes fossem inseridos como apoiadores do Solidariedade, caso já investigado pelo Ministério Público e pela Polícia Federal. Além disso, há suspeita de fraude no recolhimento de assinaturas em cartórios de Suzano, Várzea Paulista e Osasco, em São Paulo.
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Retomo
Aragão também apontou irregularidades insanáveis — se verdadeiras — no caso da Rede. Vamos ver. Marina criou um partido para ser candidata e anda a dizer que, se não conseguir viabilizá-lo, não sai por outra legenda. A ver. A decisão seria compatível com a sua mística. A questão é que alguns de seus parceiros de trajetória podem ficar sem legenda. É bem verdade, no entanto, que a Rede não comporta divindades de segunda grandeza. É monoteísta. Só permite a adoração de uma deusa. Se ela decidir que é “não”, então é “não”. A Rede tem esse aspecto, assim, meio etéreo, mas ninguém questiona a autoridade por lá.
O Solidariedade tem o indiscreto incentivo de Aécio Neves. Caso não consiga se viabilizar, isso é ruim para a sua candidatura. Notem bem: não estou aqui a sugerir, nem de modo oblíquo, que exista uma conspiração do Ministério Público Eleitoral, mas é evidente que, no melhor dos mundos para o PT, nem Marina nem o partido de Paulinho se viabilizam. O Solidariedade necessariamente atrairia deputados que estão hoje no campo governista. Tudo o que o petismo quer é tentar realizar um segundo turno já no primeiro — os esforços para tirar Eduardo Campos da disputa ainda não cessaram.
Há, claro, o aspecto legal, que não pode ser relegado. Realmente não acho que a Justiça Eleitoral tenha de abrir exceções se as irregularidades existem. Pressinto que os dois partidos precisam se defender com mais clareza. Ou os problemas não existem, e estamos diante de uma tramoia que tem de ser denunciada; ou eles estão cobrando da Justiça Eleitoral um comportamento inaceitável, um juízo de exceção.