Virgem Santíssima! Um Senado entre Edison Lobão e Renan Calheiros?
Por Maria Lima, Gerson Camarotti, Luiza DAmé e Catarina Alencastro, no Globo: A cúpula do PMDB decidiu que não vai brigar com a presidente Dilma Rousseff, que decidiu influir na sucessão das presidências do Senado e da Câmara, no próximo ano. Apesar do desconforto causado pela notícia publicada nesta terça-feira pelo GLOBO de que Dilma […]
Por Maria Lima, Gerson Camarotti, Luiza DAmé e Catarina Alencastro, no Globo:
A cúpula do PMDB decidiu que não vai brigar com a presidente Dilma Rousseff, que decidiu influir na sucessão das presidências do Senado e da Câmara, no próximo ano. Apesar do desconforto causado pela notícia publicada nesta terça-feira pelo GLOBO de que Dilma deseja fazer do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, o próximo presidente do Senado, em 2013, os peemedebistas querem mostrar que o senador Renan Calheiros (AL) é um aliado “fundamental e indispensável”. Dessa forma, pretendem esvaziar a possível candidatura de Lobão e fortalecer Renan, para que ele decida o candidato.
Nesta terça-feira, por meio de nota, o Planalto negou essa interferência, mas Dilma já conversou com Lobão sobre sua intenção de que ele substitua o senador José Sarney (PMDB-AP) na presidência. Em resposta, Renan, líder do PMDB na Casa, foi curto e direto: disse que a ele, como líder, cabe a condução do processo de sucessão de Sarney, na hora certa. “Precisamos resguardar o direito, conquistado pelo PMDB, de eleger o presidente do Senado. Na hora certa, vamos conduzir a bancada. Esse papel é do líder. Esse é o meu papel.”
Os peemedebistas dizem que Lobão foi “boi de piranha” nesse episódio e que a coisa não vai acabar bem para ele, se continuar dando corda a Dilma. “O Renan vai trabalhar como um leão. Vai fazer um monte de favor. Dilma vai precisar. E vai chegar muito forte em dezembro para disputar a presidência do Senado”, resumiu um dos interlocutores de Renan.
Para mostrar que não será algo fácil de resolver, o senador Vital do Rego (PMDB-PB) avisou que pretende disputar o cargo. A avaliação na cúpula do PMDB é que Dilma está ignorando a real situação do partido ao dizer que não existe crise. Um experiente senador lembra o cotidiano do poder em Brasília para alertar: “Em oito anos, Lula saía do Planalto, ia dormir no Alvorada e, quando passava pelo Jaburu (residência oficial do vice-presidente), via as luzes apagadas. Agora Dilma, ao passar pelo Jaburu, vê as luzes sempre acesas. Michel não resolve tudo, mas aceita qualquer tipo de encomenda, apaga incêndios, discute a crise do dia.”
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