SOB O SIGNO DA ILEGALIDADE
Lula recebeu, até agora, quatro multas. Se o TSE se ativer ao que diz a lei, outras virão por aí. De todos os seus abusos, o mais grave foi usar a rede nacional de rádio e TV, na antevéspera do 1º de Maio, para fazer proselitismo de seu governo e campanha nada subliminar para Dilma […]
Lula recebeu, até agora, quatro multas. Se o TSE se ativer ao que diz a lei, outras virão por aí. De todos os seus abusos, o mais grave foi usar a rede nacional de rádio e TV, na antevéspera do 1º de Maio, para fazer proselitismo de seu governo e campanha nada subliminar para Dilma Rousseff, afirmando, como já lembrei aqui, para o público interno o que nega para o externo. Para os investidores estrangeiros, seu governo é de continuidade; para os nativos, de ruptura.
Pois bem: temos uma campanha eleitoral que se desenvolve à sombra da ilegalidade. As quatro punições indicam que o chefe da desordem legal é ninguém menos do que o presidente da República.
Por isso, quando vejo os torquemadas dos teclados, meus “coleguinhas” da “mídia” (como diz o PT), a saudar o projeto “Ficha Limpa” como o “fim da impunidade” e o “triunfo da moralidade”, dou um pequeno sorriso de quase preguiça.
Nunca antes na história destepaiz um “Ficha-Limpa” usou a máquina de forma tão desavergonhada em favor de uma candidatura e de um projeto de poder. Até a ditadura militar era mais contida no esforço de manipular a opinião pública.
Está na cara que Lula decidiu pagar o preço da ilegalidade porque chegou à conclusão de que ele é barato. Temos um presidente da República que transgride a lei de modo deliberado porque percebe que, ao fazê-lo, a relação custo-benefício lhe é vantajosa. Em vez de usar sua popularidade para fortalecer as instituições, usa-a para aviltá-las.