Segundo Washington Post, “petralha” é uma das seis palavras para entender o Brasil de hoje
Jornal americano tenta dar a definição da palavra; acerta em parte, mas erra também
Eita!
O jornal americano “Washington Post” resolveu listar seis palavras cujo significado um estrangeiro precisa saber para entender o Brasil de hoje. E, ora vejam, “petralha” está entre elas — sim, a já imortal criação deste escriba, rsss! As outras são “crise”, “gourmetização”, “coxinha”, “jeitinho” e “zoeira”. Convenham: trata-se de uma escolha e tanto.
A íntegra da matéria, em inglês, está aqui.
Compreendo, em parte, a fúria dos petistas comigo em razão do que escrevo e, sobretudo, daquilo que eles acham que escrevo… Mas bravos mesmo eles ficam porque o termo pegou, ficou colado neles. Todo mundo, hoje em dia, sabe o que é um petralha.
O jornal define assim o termo:
“Petralha é uma gíria negativa, empregada por brasileiros favoráveis ao impeachment da presidente Dilma Rousseff, para se referir aos apoiadores de seu esquerdista Partido dos Trabalhadores (conhecido por PT — a raiz do termo) e do patriarca da legenda, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. (Um petralha pensa que o recente afastamento de Dilma do cargo foi um golpe.) A imagem estereotipada e negativa de um petralha compreende um preguiçoso beneficiário de programas sociais, um sindicalista em greve e estudantes barbudos e maconheiros, especialmente de sociologia. Nos protestos, os petralhas vestem vermelho e gritam “Fora Temer”, referindo-se ao presidente interino, Michel Temer, que substituiu Dilma”.
Não é bem assim
Bem, fui eu que criei o termo e, portanto, sei o que ele designava originalmente, ainda que o falar das ruas lhe tenha ampliado o significado.
De fato, a sigla “PT” está na origem do termo, mas a outra palavra que entrou na formação do neologismo foi “metralha” — uma referência aos Irmãos Metralhas, que vivam tentando roubar o Tio Patinhas: são bandidos, são ladrões.
Um “petralha”, originalmente, é aquele que justifica o roubo de dinheiro público em nome da construção do partido, supostamente interessado no bem coletivo.
Assim, há beneficiários de programas sociais e, claro!, consumidores de maconha, barbudos e estudantes de sociologia que não são petralhas. Isso é uma criação do Washington Post.
O termo já está dicionarizado no Brasil. É um dos verbetes do “Grande Dicionário Sacconi da Língua Portuguesa”, conforme se lê abaixo. A definição está bem mais de acordo com a origem da palavra.