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Relatório da ONU sobre a Síria endossa o que aqui se escreveu seguidamente. Ou: A Al Jazeera como assessoria de imprensa

Raramente apanhei tanto como nestes dias em que venho afirmando que a intervenção dos EUA na Síria poderia ser desastrosa porque, afinal de contas, as forças que lutam contra Bashar Al Assad são igualmente brutais, com a diferença de que estão à margem de qualquer concerto internacional. Assad é um carniceiro? É, sim! Mas quem […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 05h25 - Publicado em 11 set 2013, 23h09

Raramente apanhei tanto como nestes dias em que venho afirmando que a intervenção dos EUA na Síria poderia ser desastrosa porque, afinal de contas, as forças que lutam contra Bashar Al Assad são igualmente brutais, com a diferença de que estão à margem de qualquer concerto internacional. Assad é um carniceiro? É, sim! Mas quem luta contra ele? Escrevi em seguidos textos sobre essas ditas forças oposicionistas, afirmando que a deposição do tirano pode deixar o país entregue aos extremistas. Mas não só isso: no dia a dia, na prática, nos atos da guerra civil, os que enfrentam o ditador não são diferentes dele, com a diferença de que, reitero, são forças marginais a qualquer forma de controle.

Nesta quarta, veio à luz o relatório da ONU. Está tudo lá: os dois lados se entregam a massacres, a execuções sumárias, ao ataque indiscriminado às populações civis. Tudo igual!

“Ah, mas Assad tem armas químicas.”. Lembro que a suspeita de que seus inimigos já recorreram a esse expediente foi levantada pela própria ONU. O reatório diz ainda que um ataque militar das forças ocidentais, a essa altura, acabaria prejudicando a própria população, tornando a vida ainda mais difícil. Os meus textos estão todos em arquivos. Acho curioso que notórios críticos da intervenção americana no Iraque estivessem ou estejam, desta feita, mais do que discretamente, torcendo pela guerra. A que atribuir essa mudança de humor? Afinal, Saddam Hussein havia matado pelo menos 200 mil no Iraque, não é? E os serviços americanos diziam que tinha armas químicas, que não foram encontradas. O que mudou?

Não foi a brutalidade com o próprio povo, o uso de métodos bárbaros e internacionalmente condenados, nada disso. Sabem o que mudou? Os rebeldes na Síria contam hoje com uma eficiente assessoria de imprensa chamada Al Jazeera. A emissora comandada pelo ditador que manda no pequenino Catar se encarrega de espalhar mundo afora os vídeos produzidos pelos rebeldes sobre as barbaridades perpetradas por Assad. É bem provável que seja tudo verdade. Mas cadê a carniçaria promovida também pelos terroristas que enfrentam o tirano? Não há! Se existem as imagens, elas não ganham o mundo. Os fatos, no entanto, estão no relatório da ONU.

A pressão americana pode ter um efeito positivo se contribuir para diminuir o arsenal químico da ditadura síria e se Assad tomar como certo que esse é o limite. “Ah, mas o ditador continuará lá…” Sim, como teria continuado Saddam, não é? Com uma diferença: no Iraque ao menos, ainda que com resultados nada favoráveis, os EUA se comprometeram com o pós-guerra. Esse negócio de bombardear e cair fora me parece a insanidade moral a serviço do desastre.

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