Quem gosta de maconheiro é pseudo-intelectual do miolo mole; povo quer é lei e ordem
Na Folha de hoje, Mauro Paulino, diretor-geral do Datafolha, e Alessandro Janoni, diretor de Pesquisas do instituto, assinam um artigo intitulado Conflito da Universidade é sintoma de crise democrática. Vejam lá os argumentos. Bem, não é. Pego um trecho que me parece ser a síntese do equívoco e comento. Escrevem: “Se na USP, berço da […]
Na Folha de hoje, Mauro Paulino, diretor-geral do Datafolha, e Alessandro Janoni, diretor de Pesquisas do instituto, assinam um artigo intitulado Conflito da Universidade é sintoma de crise democrática. Vejam lá os argumentos. Bem, não é. Pego um trecho que me parece ser a síntese do equívoco e comento.
Escrevem:
“Se na USP, berço da classe média paulistana, a falta de canais adequados para a participação dos jovens tomou a proporção que conhecemos, é preocupante o cenário que se projeta para a maioria do segmento, alocada principalmente nas franjas da cidade.”
Vamos lá:
– Os canais para a participação dos jovens estão todos abertos;
– os que promoveram a desordem não escondem: são militantes organizados de extrema esquerda;
– a “proporção que conhecemos” é a do ridículo. A USP tem 89 mil estudantes. Um grupo de 100 decidiu invadir prédios.
– os articulistas tentam estabelecer um paralelo (e é paralelo mesmo, porque as situações não se encontram) entre a USP e os jovens das periferias, imaginando: o que aconteceria se eles se rebelassem?
– não sei o que aconteceria porque não sou adivinho. O que sei, com certeza, é que jovens pobres jamais se “rebelariam” pelo direito de fumar maconha ou contra a presença da polícia. Ao contrário: os pobres querem mais policiamento e querem se ver livres do tráfico de droga.
Quem gosta de maconheiro é pseudo-intelectual do miolo mole. Povo gosta é de lei e de ordem porque é a principal vítima da violência e do tráfico.