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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura
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PT NO AR EM REDE NACIONAL – Hoje é dia de panelaço e buzinaço!

O povo, o poderoso, todos sabemos, é esmagadoramente favorável ao impeachment de Dilma, e nada menos de 61% dos eleitores, segundo o Ibope, não votariam hoje em Lula de jeito nenhum

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 30 jul 2020, 23h28 - Publicado em 23 fev 2016, 08h28

Hoje tem panelaço garantido. O PT leva ao ar o seu programa de 10 minutos no horário eleitoral gratuito. O vídeo segue abaixo. A coisa chega a ser caricata.

[youtube https://www.youtube.com/watch?v=2ZkJMnwG5lk?feature=oembed&w=500&h=281%5D

A mensagem inicial da peça publicitária repete aquelas inserções de 30 segundos que foram ao ar há alguns dias. Pessoas portando bandeiras de várias cores formam o mapa do país, e o texto, de tão entusiasmado com a ideia da união de todos, não teme nem o pleonasmo: “É hora de unir forças para fortalecer o Brasil”, convidando-nos a todos a abrir mão até das nossas opiniões. Ulalá! O PT está sempre querendo calar a divergência. Até quando tenta parecer simpático e inclusivo.

Mas o PT é o PT. Logo depois de conclamar a união de todos, os petistas evidenciam que é preciso discriminar. A locutora pergunta: “Por que tanto ódio e intolerância contra um partido neste momento em que o país precisa tanto de união?”.

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Respondo com perguntas: seria por causa da roubalheira? Da Petrobras quebrada? Da recessão? Do desemprego? Da velhacaria?

E tem início o discurso falacioso que separa a nossa história em a.PT e d.PT: antes do PT e depois do PT. De modo quase bíblico, tudo, no passado, eram trevas, até que chegaram os iluminados.

O partido que diz querer a união de todos avança na jugular da oposição: “Já tentaram anular o resultado das eleições; não conseguiram. Aí pediram para recontar os votos. Queriam ganhar no tapetão, mas não deu certo. Quiseram, então, instalar uma comissão do impeachment na marra. Tiveram que mudar o plano. Agora, atacam e caluniam o presidente Lula”.

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E tem início a sessão de adoração do líder, santificando-o, como se o ex-presidente realmente estivesse acima das leis. A ironia é que o programa vai ao ar um dia depois que o mago da eleição e da reeleição de Dilma, João Santana, teve decretada a prisão provisória. A mistificação continua:
“Desrespeitam todas as regras para chegar ao poder a qualquer custo. Mas o Brasil já demonstrou que ninguém é mais poderoso do que o nosso povo”.

Vamos ver. Ninguém tentou “anular o resultado das eleições”. As oposições recorreram ao TSE contra crimes cometidos pelo PT durante a disputa. Quais regras estariam sendo desrespeitadas? O povo, o poderoso, todos sabemos, é esmagadoramente favorável ao impeachment de Dilma, e nada menos de 61% dos eleitores, segundo o Ibope, não votariam hoje em Lula de jeito nenhum.

Isso mesmo! Deixem que o povo decida, então…

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Aí a gente ouve uma voz grave, em tom falsamente emocionado, a afirmar que “os que hoje tentam manchar a sua história, Lula, são os mesmos de ontem…”. 

Curiosamente, em recortes de jornal do passado, exibidos na tela, lê-se o nome de Collor como o inimigo de então. É verdade! Ocorre que, hoje, o presidente impichando é um dos fiéis colaboradores do petismo. Ele próprio está sendo investigado na Lava Jato porque Dilma lhe abriu as portas da BR Distribuidora, onde, segundo a PF e o Ministério Público, o senador pintou e bordou.

Não! O PT mente! Muitos dos inimigos de ontem do PT são seus amigos hoje e, ora vejam, são também seus sócios no poder. E parceiros na lambança.

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O locutor fala em “ofensas, acusações, privacidade invadida”. Qual privacidade? O tríplex do Guarujá e o sítio Santa Bárbara não são assuntos privados. Ao contrário: trata-se de questões de absoluto interesse público, uma vez que já os empreiteiros que o chamavam de “chefe” e que lhe fizeram favores são investigados no maior esquema criminoso jamais descoberto no Brasil.

E eis, então, que chega o demiurgo. Nota: no plano original, Lula não falaria. Mas agora o prioridade zero do partido e tentar restaurar a imagem de Lula, tarefa que parece impossível. Por isso ele encerra o programa. E aí, como não poderia deixar de ser, a cara de pau atinge o estado da arte.

Segundo Lula, virou “moda falar mal do Brasil”. É uma piada. Os brasileiros criticam o PT, o governo, Dilma e ele próprio, não o país. Ao contrário: a esmagadora maioria do povo os quer fora do poder justamente porque espera o melhor para o Brasil e para si mesma. E sabe que, submetida à canga petista, não será fácil sair do atoleiro.

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Como se ainda fosse o fiador de alguma coisa e como se milhões estivessem interessados no seu juízo, afirma Lula, de mãos postas: “Olhem, eu digo com absoluta certeza que, hoje, eu tenho muito mais confiança no Brasil do que eu tinha quando tomei posse, em 2003”. E lá vem a cascata sobre as grandes conquistas do governo do PT.

Como Lula é Lula, como o PT é o PT, como aquela história da união de todos contra a crise era mesmo papo furado, ele volta a investir no arranca-rabo de classes. Depois de exaltar as grandes conquistas do seu partido, afirma: “E é isso que no fundo incomoda essa gente que não gosta de dividir a poltrona dos aviões com o nosso povo”.

Lula, o “chefe” dos empreiteiros; Lula, cuja mulher é a “madame” do concreto armado, tem a ousadia de falar como porta-voz dos pobres.

Mas as ruas estão dando a resposta ao demiurgo e ao PT. As mentiras do partido não colam mais. E é por isso que, mais uma vez, o Brasil vai se unir no panelaço, no buzinaço, no “Fora PT”.

Mais do que nunca!

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