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PT decidiu dialogar com o caos e agora colhe os frutos

Mais um dia de caos na cidade de São Paulo em razão da greve de uma parte dos motoristas e cobradores de ônibus. Sim, leitores, parte da responsabilidade deve ser atribuída a um grupo dissidente do sindicato que representa a categoria. Mas essa é só a causa imediata, superficial. Existe o contexto em que se […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 03h48 - Publicado em 21 Maio 2014, 16h34

Mais um dia de caos na cidade de São Paulo em razão da greve de uma parte dos motoristas e cobradores de ônibus. Sim, leitores, parte da responsabilidade deve ser atribuída a um grupo dissidente do sindicato que representa a categoria. Mas essa é só a causa imediata, superficial. Existe o contexto em que se dá essa manifestação, existe o que a gente chama de caldo de cultura, existe o meio em que vicejam, em que se desenvolvem e em que prosperam os micro-organismos da desordem.

E aí nós vamos ter de chegar ao Palácio do Planalto, onde despacha a excelent��ssima senhora presidente da República. Em fevereiro, o MST promoveu uma pancadaria na Praça dos Três Poderes e ameaçou invadir o Supremo. Sabem quem financiava a presença do movimento na capital federal? O BNDES e a Caixa Econômica Federal. No dia seguinte, eles foram recebidos por Dilma, que também resolveu bater um papinho em São Paulo com os depredadores contumazes da ordem do MTST, o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto.

No Brasil do PT — sim, do PT! — é assim: quem promove a desordem, quem quebra, quem bate, quem paralisa a cidade, quem, em suma, manda a lei às favas é recebido pelas autoridades e tem patrocínio de estatais. Agora os grupos de pressão se perguntam: “Como fazemos para ser ouvidos?”. E logo concluem: “Ah, vamos fazer uma baderna”. E aí são ouvidos.

Enquanto os paulistanos, ontem, eram massacrados pela incompetência e pela violência, o prefeito Fernando Haddad estava num programa de televisão, ao vivo, fazendo sabem o quê? Exaltando as maravilhas de sua administração e falando mal do PSDB e do governo do Estado. Em entrevista a um jornal, Jilmar Tatto, secretário dos Transportes, preferiu acusar a PM, que, segundo ele, não estaria agindo com a devida dureza. A Secretaria de Segurança Pública o contestou duramente (leiam post a respeito).

Eis o PT, sempre transferindo responsabilidades e buscando atribuir aos outros as culpas que são suas. Há coisa de uma semana, Gilberto Carvalho, o ministro encarregado de fazer o tal diálogo com os movimentos sociais, afirmou que o país não precisava de uma lei para punir atos criminosos como os desses sindicalistas. Ainda agora, segundo ele, é preciso dialogar. Entenderam? O PT quer que a Polícia Militar desça o porrete nesses baderneiros, nesses vândalos, nesses criminosos, para que os petistas possam, depois, afagá-los, recebê-los para um papinho e, de quebra, atacar a… PM! Ou não é assim que eles funcionam?

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A verdade é que Dilma nunca falou duro com os baderneiros, com os vândalos, com aqueles que escolhem o caminho da ação criminosa. Nos seus sucessivos pronunciamentos, inclusive fora do Brasil, trata-os como defensores da democracia. E depois a bomba tem de estourar nas costas das Polícias Militares nos vários estados.

De resto, o PT está experimentando um pouco do remédio, ou do veneno, que ele sempre ministrou. Como o partido tem o controle de mais da metade do movimento sindical brasileiro, sempre usou a greve e a baderna para desestabilizar seus adversários. Em 2010, em plena campanha eleitoral, a presidente da Apeoesp liderou uma paralisação em São Paulo, prometeu quebrar a espinha de José Serra e se encontrou, à noite, com Dilma Rousseff, que era, então, candidata à Presidência.

Está já em curso um sindicalismo que consegue ser ainda mais nefasto, porque mais radical. Sim, meus caros, existem leis para enquadrar os desordeiros e lhes dar as devidas penas pelo mal que causam, mas não são aplicadas.

O governo Dilma e os petistas decidiram dialogar com o caos e tentar usá-lo a seu favor. Estão agora colhendo os frutos. A única coisa que eu lamento é que os prejudicados sejam exatamente os mais pobres e os que mais dependem do serviço público. O PT colhe o fruto podre do incentivo à desordem institucional.

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