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Populismo elétrico de Dilma, agora está claríssimo, se combina com plano para aniquilar a oposição

A presidente Dilma Rousseff está tomando um caminho que lhe pode ser útil eleitoralmente, mas que é muito ruim para o país. Dilma está querendo jogar nas costas da oposição seu óbvio insucesso na política econômica. Sob o silêncio cúmplice de vários setores da economia e de parte considerável da imprensa, Dilma resolveu atuar como […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 07h17 - Publicado em 5 dez 2012, 17h13

A presidente Dilma Rousseff está tomando um caminho que lhe pode ser útil eleitoralmente, mas que é muito ruim para o país. Dilma está querendo jogar nas costas da oposição seu óbvio insucesso na política econômica.

Sob o silêncio cúmplice de vários setores da economia e de parte considerável da imprensa, Dilma resolveu atuar como se o país não fosse uma federação e como se o Poder Executivo central pudesse impor prejuízos gigantescos às unidades membros sem nem mesmo uma conversa. É o caso do que tentou fazer com o setor elétrico.

Na manhã desta quarta, numa solenidade com empresários, ela deu a entender que o governo buscará mecanismos para garantir a redução de 20% na tarifa de energia para as empresas. Até aí, bem! Não custa lembrar que o governo federal não tem de cumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal, por exemplo,  a que se submetem estados e municípios.

Em seu discurso, afirmou o seguinte disparate:
“Reduzir o preço da energia é uma decisão da qual o governo federal não recuará apesar de lamentar a imensa falta de sensibilidade daqueles que não percebem a importância disso (…). Somos a favor da redução de custos e faremos isso”.

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É um péssimo jeito de governar porque opõe o necessário ao racional. É claro que é preciso baixar o preço da tarifa de energia. É uma coisa necessária. Mas a forma como se fez apela à mais estúpida irracionalidade. Para tanto, o governo federal não quis nem saber se estaria quebrando empresas estaduais geradoras de energia.

Atrevo-me a dizer que o governo federal contava com as respectivas recusas de CESP, Cemig e Copel; tomou a decisão sabendo que haveria reação. Bom para o projeto de poder da presidente, que poderia, então fazer rigorosamente o que está fazendo.

É claro que o setor empresarial está com ela, não é? Quem não quer energia mais barata? Como é impossível arbitrar caso a caso o peso que esse fator tem no custo final do produto ou serviço, as empresas ficam com um fator a mais de ajuste do caixa e do lucro. Também haverá queda no preço da energia residencial. Nesse caso, esperava-se algo em torno de 16%. Ficará ao redor de 10%, não por causa da reação das geradoras estaduais, mas porque o governo está tendo de recorrer à termelétricas, a custos astronômicos – cinco vezes mais que as hidrelétricas, e a oposição não tem nada com isso.

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Dilma já está fazendo campanha eleitoral. Infelizmente, reitero, amplos setores da imprensa conhecem o truque no detalhe, sabem que a presidente armou uma cama de gato para os governos de São Paulo, Minas e Paraná, mas tratam disso como se fosse apenas a versão de um dos lados.

Vejam que curioso. São Paulo é, desde sempre, a joia da Coroa, não é? Conquistar o governo do estado tem, para o PT, a mesma importância que tem a reeleição de Dilma. De Minas, sai um dos possíveis adversários da presidente em 2014. No Paraná, dá-se como certo que a dilmista Gleisi Hoffmann, que participa do núcleo duro do governo, enfrenta o tucano Beto Richa.

A questão da energia elétrica, assim, se tornou um “projeto estratégico” que também serve ao esforço de aniquilamento da oposição. Todo mundo tem o direito de tentar vencer disputas eleitorais. O que não é legítimo é tentar quebrar três empresas para criar uma plataforma eleitoral.

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