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O que os grandes jornais disseram sobre a vitória de Obama

A VEJA.com traz uma boa síntese da análise que os grandes jornais fizeram da reeleição de Barack Obama. Há muita coisa a comentar. De saída, noto que certas abordagens parecem sugerir que os republicanos passaram por uma humilhação nas urnas. Falso! O placar do colégio não reflete os votos totais. O país praticamente rachou. Mais […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 07h28 - Publicado em 7 nov 2012, 18h35

A VEJA.com traz uma boa síntese da análise que os grandes jornais fizeram da reeleição de Barack Obama. Há muita coisa a comentar. De saída, noto que certas abordagens parecem sugerir que os republicanos passaram por uma humilhação nas urnas. Falso! O placar do colégio não reflete os votos totais. O país praticamente rachou. Mais ainda: parece que a reeleição de um presidente é a exceção, quando está mais para a regra. Leiam, no entanto, o texto e pensem a respeito. Escreverei depois a respeito. A questão também diz respeito à democracia brasileira, sim.

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O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, foi reeleito para um segundo mandatoao vencer o rival republicano, Mitt Romney, em meio às dúvidas profundas que persistem sobre a gestão da economia no país. Mulheres, jovens e latinos foram, mais uma vez, decisivos para o presidente. O apoio ao republicano Mitt Romney veio principalmente de eleitores mais velhos, brancos e protestantes. As questões sociais foram determinantes para manter o apoio feminino a Obama. Confira a seguir as avaliações de alguns dos principais veículos americanos sobre o resultado das eleições:

Leia também: A demografia a favor de Obama – minorias serão maioria


O desafio republicano
O jornal The Wall Street Journal deu destaque para a difícil derrota do Partido Republicano e os desafios do partido daqui para frente. “O maior problema para os republicanos é que agora o partido parece ter como maior apelo a fatia do eleitorado que está em mais rápida queda: os brancos e os mais velhos – e tem apoio sólido apenas em uma parte do país, o sul”, diz a publicação. Para o jornal, a vitória republicana na Câmara dos Representantes não tira o sabor amargo da derrota, já que o partido não conseguiu maioria no Senado e fracassou no esforço altamente financiado de Romney para assumir o controle do país, em um período de ansiedade econômica que favoreceria mudanças. 

No texto, o Wall Street Journal tenta responder à pergunta: o que deu errado para os republicanos? Os partidários do Tea Party diriam que o partido errou ao não nomear um representante conservador mais confiável em vez do ex-governador de Massachusetts. Os moderados diriam que durante as primárias o partido empurrou Romney muito para a direita, abrindo espaço para acusações de obstrução e extremismo. Mas a crítica mais certeira seria a de que os republicanos não conseguiram acompanhar as mudanças no perfil do eleitorado. Pesquisas mostram que Romney venceu com folga entre os americanos brancos, mas perdeu feio entre grupos minoritários, mas importantíssimos, como os hispânicos, os asiáticos e os afro-americanos. 

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A matéria cita declarações de Newt Gingrich, um dos derrotados por Romney nas primárias republicanas. Ele afirma que seu partido enfrenta um “grande desafio institucional”: descobrir como se conectar com os eleitores das minorias que compõem uma parcela cada vez maior da sociedade americana. “O Partido Republicano simplesmente tem de aprender a parecer mais inclusivo para as minorias, particularmente hispânicos”, opina Gingrich. Em vez disso, os republicanos continuam a ficar bem atrás dos democratas quando o que está em jogo são os votos dos não brancos, parcela da população que tende a diminuir cada vez mais.

Saiba mais: Mercados aplaudem vitória de Barack Obama

A vantagem democrata
Em um editorial, o jornal The New York Times admite que a vitória de Obama foi “dramática” e não pode ser considerada um sinal de que uma nação fragmentada finalmente se uniu para as eleições – apesar do discurso de Obama dizendo que os americanos “não são tão divididos quanto a política sugere“. Porém, destaca a notícia como um forte endosso das políticas econômicas que promoveram o aumento do número de empregos, da controversa reforma de saúde, do aumento dos impostos e da redução equilibrada do déficit – além das políticas moderadas sobre a imigração, o aborto e o casamento gay. Segundo o jornal, a reeleição de Obama mostra “um repúdio à era Reagan” no que diz respeito ao corte exagerado dos impostos e às políticas de “intolerância, medo e desinformação”. 

Para o New York Times, a vitória do presidente se deve de forma decisiva à popularidade de Obama em Ohio, estado-chave nestas eleições, depois que o presidente conseguiu resgatar a importante indústria automobilística local. “Os eleitores do centro-oeste do país parecem ter endossado o argumento do presidente de que o governo tem um papel significativo na criação de empregos no setor privado e no impulso à economia. E eles aparentemente rejeitaram a posição de Romney de que Washington deveria simplesmente ficar de fora desses assuntos e deixar o mercado livre trabalhar à sua vontade”, avalia o jornal. Segundo o texto, uma sólida maioria dos eleitores acredita que George W. Bush é o culpado pelo atual estado da economia, e não Obama. 

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De acordo com a publicação, Romney tomou uma decisão fatal durante as primárias, ao assumir uma linha dura sobre a imigração, que lhe valeu uma rejeição contundente por parte dos latinos. “Ao adotar a posição insensível de que os imigrantes ilegais devem ser coagidos a uma ‘autodeportação’, elogiando a cruel lei de imigração do Arizona, Romney fez seu caminho na Flórida e em vários outros estados cruciais ficar muito mais tortuoso”, diz o jornal. Apenas um terço dos eleitores disse que os imigrantes ilegais devem ser todos deportados, enquanto dois terços apoiam um caminho para a residência legal e cidadania. “A abordagem, se não for revista, pode custar caro para os republicanos no futuro”, acrescenta o texto. 

Os próximos quatro anos
No Washington Post, o editorial intitulado Agora o trabalho pesado de fato começa afirma que a perspectiva de mais quatro anos oferece a Obama uma chance para ampliar as realizações do primeiro mandato e completar sua “obra inacabada”. “Quatro anos atrás, Barack Obama tornou-se presidente quando a economia estava derretendo. Sua eleição para um segundo mandato ocorre em um momento um pouco mais calmo, porém, ainda conturbado”, destaca o jornal. “Em 2008, comemoramos, juntamente com americanos de ambos os partidos, que um negro poderia ser eleito presidente. Esperávamos que um líder jovem e carismático ajudaria a curar as divisões partidárias e confrontar escolhas difíceis de que os políticos geralmente preferem se esquivar. Desta vez, a vitória de Obama tem menor importância, mas dá ao presidente a oportunidade de preencher os espaços em branco de um legado ainda incerto”, completa o texto.

Para a publicação, a verdadeira medida do sucesso de Obama, e a avaliação final de seu mandato presidencial, ainda está por vir: resta saber se, em mais quatro anos de governo, o presidente conseguirá cumprir algumas das promessas que fez aos americanos há quatro anos. Ele precisará mostrar a astúcia política e legislativa necessária – que muitas vezes lhe escapou durante o primeiro mandato – para driblar a intransigência da oposição num Congresso dividido. O Washington Post lembra que Obama tem assuntos importantes inacabados. No topo da lista, além da economia, estão a reforma da imigração e as ações relacionadas ao meio ambiente. No âmbito da política externa, o programa nuclear iraniano será um desafio decisivo. Obama também terá de assegurar que os ganhos no Afeganistão e no Iraque não sejam apagados no rescaldo da retirada das tropas americanas.

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