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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura
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O caso Demóstenes, o Jornalismo da Esgotosfera Governista e o que tem de ser dito. Ou: Quando a PF usará com petistas o método que usa com oposicionistas?

Por Gabriel Castro, na VEJA Online. Volto em seguida. A blindagem dos senadores ao colega Demóstenes Torres (DEM-GO) parece ter chegado ao fim. Respeitado pelos colegas, o democrata vinha até agora dispondo do benefício da dúvida, apesar das notícias sobre seu envolvimento com Carlinhos Cachoeira, chefe de uma quadrilha que controlava o jogo ilegal em […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 09h14 - Publicado em 26 mar 2012, 21h35

Por Gabriel Castro, na VEJA Online. Volto em seguida.
A blindagem dos senadores ao colega Demóstenes Torres (DEM-GO) parece ter chegado ao fim. Respeitado pelos colegas, o democrata vinha até agora dispondo do benefício da dúvida, apesar das notícias sobre seu envolvimento com Carlinhos Cachoeira, chefe de uma quadrilha que controlava o jogo ilegal em Goiás. Agora, com novas notícias mostrando que a intimidade ia muito além de uma amizade inofensiva, os parlamentares cobram explicações.

“O caso é grave e esta Casa não terá moral para intimar qualquer cidadão para depor em suas comissões se não ouvirmos os esclarecimentos do senador Demóstenes. E eu disse isso a ele”, afirmou Pedro Taques (PDT-MT) nesta segunda-feira. “Que ele possa o quanto antes, quem sabe amanhã ou depois, voltar à tribuna e se posicionar sobre os novos fatos”, afirmou Jorge Viana (PT-AC), que havia, junto com cerca de quarenta colegas, elogiado Demóstenes quando o democrata subiu à tribuna para rebater as primeiras acusações. À época, sabia-se apenas que o senador goiano havia recebido eletrodomésticos de Cachoeira, como um presente de casamento.

Embora ninguém (ainda) fale abertamente em levar Demóstenes ao Conselho de Ética, Pedro Taques disse que vai agir para ver o caso esclarecido: “Vou tomar as minhas providências”, afirmou. “Não podemos proteger os amigos e prejudicar os inimigos”. Desde que o caso veio à tona, o senador goiano tem evitado dar entrevistas.

Voltei
Vale para Demóstenes o que vale para qualquer político, de qualquer partido: que pague por aquilo que fez. As coisas que têm vindo a público, tudo indica, não são nada abonadoras, o que absolutamente não muda a sua atuação pregressa no Senado
.

O entusiasmo com que o Jornalismo da Esgotosfera Governista (JEG) e aqueles seres das sombras tratam do assunto é de vomitar. A linha de intervenção é mais ou menos esta: “Está vendo? Justo ele! Tão moralista! Olhem aí… ” Eu diria que, no extremo do mau-caratismo, chegam a estar menos satisfeitos com o fato de um político da oposição ter caído em desgraça do que com a suposta comprovação de que decência, então, não existe mesmo.

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De novo e quantas vezes for necessário dizê-lo: que Demóstenes pague por tudo o que fez, mas que se instaure logo o devido processo legal! Ou, em nome da moral, o Brasil começará a funcionar como um estado policial.

Vagabundos do JEG tentam ligar este ou aquele jornalistas a Demóstenes, inclusive este escriba. Como raramente voltei a Brasília depois que de lá saí, em 1996, nunca estive com o senador pessoalmente. Mas falei, sim, com ele ao telefone umas dez vezes em seis anos. Eu e a torcida do Corinthians! Ainda que fossem 200!!! E daí? Suponho que a Polícia Federal tenha tudo gravado, não é? Que bom! Só converso com políticos o que pode ser conversado em praça pública ou num convento.

QUER DIZER QUE AGORA VAGABUNDO QUE PÕE A FUÇA AO LADO DE ZÉ DIRCEU VAI TENTAR TORRAR A MINHA PACIÊNCIA PORQUE ELOGIEI, ALGUMAS VEZES, A ATUAÇÃO DE DEMÓSTENES? Elogiei e não me arrependo! Sempre o fiz por motivos que considerei bons.  Por aqueles mesmos motivos, eu o faria de novo! Divergi frontalmente num caso notório, por exemplo: ele foi relator no Senado da Lei da Ficha Limpa, aquele coquetel de inconstitucionalidades (o Supremo, por maioria, não pensa assim, mas eu penso). Se, além da amizade com Carlinhos Cachoeira, havia também negócios, que arque com as consequências. Assim é na democracia.

Estado paralelo
O jornalismo faz bem em noticiar o que sabe e o que vem a público a respeito. Aliás, foi a VEJA o primeiro veículo impresso a fazê-lo. Se a informação já rompeu o cerco a que deveria estar restrita antes das devidas medidas legais, que o leitor fique sabendo — ou ela se prestará à chantagem. Mas o jornalismo falha brutalmente num aspecto, que tem de ser indagado: quer dizer que um senador da República estava sendo investigado havia três anos, sem a devida autorização legal para isso? É justo indagar quantos são os outros políticos submetidos ao mesmo procedimento, não? Todas informações que circulam por aí sobre o senador decorrem de vazamentos promovidos ou pela Polícia Federal ou pelo Ministério Público. Não são as instâncias oficias de investigação e apuração que estão funcionando, mas o estado paralelo.

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Estados democráticos investigam quem tem de ser investigado, com as devidas autorizações legais, e não são seletivos na escolha dos alvos. É curioso que nunca exista um peixão do PT na rede da Polícia Federal. Talvez os “companheiros” de José Dirceu tenham uma moral muito mais elevada do que os oposicionistas, né? Atenção: não estou pedindo que Demóstenes não seja investigado, já que ninguém investiga petistas. Ao contrário: estou cobrando que também se investiguem petistas.

É claro que o tsunami que colhe o senador é ruim para a oposição. Não por acaso, a esgotosfera — que se dedica à defesa de patriotas como José Dirceu, Delúbio Soares e companhia — está vibrando. Não só, reitero, porque um oposicionista está na berlinda, mas porque eles próprios se sentem absolvidos por todos os crimes que praticam ou por todos os crimes que justificam.

Atenção!
Não! Não há conspiração que consiga criar diálogos entre Demóstenes e Cachoeira. O que quer que esteja lá nas conversas está nas conversas. Ponto final! Aliás, que todas elas venham a público. Vamos acabar com essa novela! Ambos devem responder por seu conteúdo. Havendo indícios de crime, que tudo seja investigado. Caracterizada a falta de decoro ou coisa pior, que Demóstenes seja cassado! Mas que se adote, reitero, esse procedimento, então, com os, vá lá, “suspeitos” de todas as legendas.

Por enquanto, o que se tem é uma óbvia operação, mais uma, para, por intermédio de um oposicionista, desmoralizar a oposição e inferir que não ser crítico do governo Dilma senão estando ligado a interesses escusos. Ocorre, isto também é fato, que a atuação de Demóstenes, a conhecida ao menos, nada tinha a ver com o ramo de atividade do senhor Carlinhos Cachoeira.

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Ora, era só o que faltava! Agora vem uma súcia de notórios ladrões de dinheiro público, mamadores safados das tetas de estatais, de racistas descarados, de pilantras envolvidos até com espionagem apontar o dedo: “Olhe, Fulano falou bem de Demóstenes não sei quando”! E daí? Que Demóstenes seja punido pelo que fez e que a Polícia Federal do Brasil use com políticos de todos os partidos os métodos empregados com os de oposição. Ou será uma Polícia Federal do PT, a sua KGB, a sua Stasi, a sua Dina.

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