O advogado de Dirceu e o emprego no St. Peter
Não há nada de errado — muito pelo contrário — em um advogado fazer o que estiver ao seu alcance, nos limites do que oferece a lei, para defender e proteger o seu cliente. E isso inclui recorrer a leis que até podemos considerar detestáveis. Creio que esteja para nascer quem deixaria de apelar a […]
Não há nada de errado — muito pelo contrário — em um advogado fazer o que estiver ao seu alcance, nos limites do que oferece a lei, para defender e proteger o seu cliente. E isso inclui recorrer a leis que até podemos considerar detestáveis. Creio que esteja para nascer quem deixaria de apelar a um dispositivo legal que o protegesse porque, sei lá, seria um seu adversário intelectual.
Assim, José Luís Oliveira Lima — “Juca” para os seus amigos íntimos da imprensa; uma penca! —, advogado de José Dirceu, cumpre o seu dever ao se esforçar para beneficiar aquele que o contratou. Pergunto, no entanto, se ele não ultrapassou o limite saudável quando disse ter sido ele próprio a arrumar o emprego para o seu cliente no hotel St. Peter.
É bem possível que o advogado tenha sido, vá lá, enredado nessa história. E escrevo isso até em seu benefício. Dado o que se sabe, vocês apostariam que a turma do St. Peter é íntima de Oliveira Lima ou de José Dirceu?
Um advogado não deve se apaixonar por um cliente, assim como um humorista não deve se apaixonar pela piada. É tudo profissão.