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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura
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Novo Jornalismo – Vândalos tentam invadir a Prefeitura de SP, agridem guardas, depredam fachada do prédio, e âncora da GloboNews e seus dois convidados culpam o prefeito: quem mandou não reduzir a tarifa?

Não pensei que viveria o bastante para ouvir o que ouvi há pouco na GloboNews, num programa conduzido pela jornalista Leilane Neubarth. Aconteceu exatamente como estou falando. Acredito que vocês consigam ver depois na Internet. Os manifestantes estavam em frente ao prédio da Prefeitura. Havia algumas grades que o separavam da porta e um alinhamento […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 05h59 - Publicado em 18 jun 2013, 20h33

Não pensei que viveria o bastante para ouvir o que ouvi há pouco na GloboNews, num programa conduzido pela jornalista Leilane Neubarth. Aconteceu exatamente como estou falando. Acredito que vocês consigam ver depois na Internet.

Os manifestantes estavam em frente ao prédio da Prefeitura. Havia algumas grades que o separavam da porta e um alinhamento de homens da Guarda Civil Metropolitana. Estavam desarmados, apenas com escudos. Leilane e dois professores — o notório Francisco Carlos Teixeira, um “progressista” que dá plantão na emissora (da Primavera Árabe a passagens de ônibus, ele fala sobre tudo), e um outro lá chamado Ismael não sei de quê… O programa era uma sucessão de adjetivos e pontos de exclamação sobre a lindeza, a justeza, a beleza (e quantas rimas em besteza vocês quiserem fazer) da manifestação. Quanta democracia! Que legal! É a cidadania! É o povo!

De repente, uns delinquentes começaram a avançar sobre os homens da Guarda Civil. Tentavam invadir o prédio da Prefeitura. Alguns objetos começaram a ser jogados. Os guardas usaram spray de pimenta. Inútil. Pelo visto, há gente ali acostumada com coisa, digamos, mais forte. Inútil. Foram pra cima. Os guardas tiveram de se refugiar dentro do prédio. Imediatamente os vândalos começaram a atacar a fachada com pedras, paus, vidros foram quebrados, chute nas portas.

E aí se deu o inacreditável, o espantoso, o inédito, o sensacional, o fora de série.

Leilane foi a primeira a provocar: “Se o prefeito já tivesse revogado o aumento, isso não teria acontecido…”. O tom era meio indignado. Os outros dois concordaram imediatamente: “É, não teria acontecido! Não teria acontecido!”.

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Então ficamos assim: vândalos tentam invadir a Prefeitura, agridem guardas municipais — CERTAMENTE MAIS POBRES DO QUE ELES —, mas, segundo a âncora da GloboNews e os “intelequituais”, a culpa é do prefeito: afinal, quem mandou não ceder?

Democracia agora é isso: ou cede ou apanha; ou cede ou a gente invade; ou cede ou você será culpado pelo mal que possa lhe acontecer. A GloboNews acaba de incorporar a lógica dos sequestradores — sejam sequestradores da ordem ou de pessoas.

Confronto
Neste momento, um grupo de manifestantes tenta conter os mais exaltados, mas está difícil. Há gente tentando escalar o prédio da Prefeitura, entrar pelas portas laterais. A imprensa exigiu o fim da tropa de choque. Levou! Exigiu o fim das balas de borracha. Levou. É contra a atuação da Polícia Militar porque repressão é coisa feia. Levou também. Os próprios jornalistas da Globo têm de esconder o logotipo dos microfones — alguns fazem filme com celular. Mas tudo bem! No ovo, o voo do novo. No povo, o ovo do novo. No novo, o ovo do povo…

Os petistas enfrentam o espírito da massa — não é isso — que foi despertado na eleição de Haddad. Como é mesmo? “Existe amor em São Paulo.” Certo! Ocorre que, sem ordem, o ódio ganha espaço.

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Ah, sim: antes da trinca da GloboNews absolver vândalos e culpar o prefeito pela invasão, o tal Ismael fez um repto contra o ajuste fiscal. Por quê? Não sei. A GloboNews deve saber.

Agora, um tal Fernando Abrúcio prega em meio à selvageria: é hora de dar uma resposta concreta. Segundo ele, essa resposta consiste em reduzir imediatamente a tarifa e dar respostas à mobilidade urbana. Certo! Ou não existe intelectual que acha isso ruim, ou a GloboNews não ouve gente desse tipo.

Nota: São Paulo tem 11,5 milhões de habitantes. O protesto de hoje reúne 10 mil. Muitos dos miseráveis que se opõem aos 20 centavos filmam os acontecimentos com os seus celulares de última geração. Faz sentido? Segundo os “inteliquituais”, faz, sim, em nome de um substantivo abstrato no qual cabe qualquer coisa: “mobilidade”.

Viva a pancadaria!

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