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Reinaldo Azevedo

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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura

Lula: de chefe da oposição a Temer a chefe de uma organização criminosa

Quando ex-presidente ensaiava se apresentar como o defensor dos direitos trabalhistas e previdenciários, toma na testa a acusação de chefe de uma organização criminosa

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 30 jul 2020, 21h51 - Publicado em 15 set 2016, 05h39

Sim, o comando do PT vibrou com o show estrelado por Deltan Dallagnol nesta quarta-feira. E, como sabe todo jornalista bem informado a respeito do que vai nos bastidores da Lava Jato, parte da força-tarefa sentiu, depois de alguns minutos de iniciado o evento, que o espetáculo pode custar muito caro. Investigadores sensatos consideram, e eu concordo, que se tratou de um tiro no pé. Mas o PT e a defesa de Lula vibraram com o quê? Com as consequências imediatas para o partido? Claro que não!

No curto prazo, as consequências são obviamente negativas — se é que há espaço para a reputação do partido cair ainda mais. As eleições municipais já seriam um desastre antes desta quarta. Depois dela… Por mais que os candidatos do PT escondam a estrela, seus adversários se encarregam de recuperá-la. No momento em que Lula ameaçava alçar voo por aí e em que os protestos de rua ensaiavam ganhar algumas adesões fora do petismo-esquerdismo, Dallagnol estampa aos olhos de todos o organograma em que o grande líder figura como o chefe da organização criminosa — o antigo chefe de quadrilha.

Por mais que Lula pretenda, mais uma vez, usar a acusação para posar de vítima, idiota não é. Sabe o peso que isso tem, especialmente quando o seu algoz assumia as vestes de uma espécie de anjo vingador, a dizer com ar impoluto e a retórica inflamada dos justos: “propinocracia, propinocracia, propinocracia”. E, segundo a espada vingadora, o chefão petista é o general da bandalheira.

Do ponto de vista estritamente partidário e eleitoral, isso empurra Lula ainda mais para o gueto. Ele já tinha decidido que correria o país a falar em nome dos direitos trabalhistas, que estariam sendo ameaçados por Temer. É mentira, claro! Mas desde quando os petistas precisam da verdade para fazer política? Ele já estava azeitando o discurso contra a reforma da Previdência. A pregação contra as privatizações também já estava na ponta da língua.

Pois é… Terá de haver um recuo nisso tudo. Um problema bem mais alto se alevanta. Lula não terá muito como se ocupar de criar embaraços para o governo Temer. Ele tem agora de cuidar da sua reputação e da sua defesa. O chefe de uma organização criminosa, segundo o Ministério Público Federal, vê comprometida boa parte da pouca reputação positiva que conservava. A partir de agora, seus juízos estão contaminados por uma acusação grave. É bom lembrar que o Ministério Público Federal não o coloca apenas como o centro irradiador da roubalheira do partido. Ele também é acusado de se beneficiar pessoalmente das safadezas apontadas.

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E o que o PT comemora? Obviamente, não são as dificuldades novas. Como já afirmei aqui, o que se viu na decisão precipitada da Lava Jato foi uma vereda para a defesa. Seus advogados, a partir de agora, estarão menos empenhados em jogar para a galera — isso que fique para o partido — do que em apontar as fragilidades técnicas da acusação nos tribunais.

Do ponto de vista político imediato, é claro que o partido está às voltas com um novo desastre. Qual será o caminho? Fica para outro texto.

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