Ipea 1 – Dirceu sempre quis mudança em órgão
Por Sheila D’amorim, na Folha desta sexta: “É preciso estatizar o Ipea.” A frase atribuída ao então todo-poderoso ministro José Dirceu (Casa Civil) no início do primeiro mandato do presidente Lula é tida por integrantes do próprio governo ouvidos pela Folha como a base das reformas que estão sendo promovidas no Instituto de Pesquisa Econômica […]
“É preciso estatizar o Ipea.” A frase atribuída ao então todo-poderoso ministro José Dirceu (Casa Civil) no início do primeiro mandato do presidente Lula é tida por integrantes do próprio governo ouvidos pela Folha como a base das reformas que estão sendo promovidas no Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. O afastamento de quatro pesquisadores que tinham pensamento econômico divergente do predominante no governo, divulgado ontem pela Folha, segue a linha adotada após a transferência do órgão da tutela do ministro Paulo Bernardo (Planejamento) para a do ministro Mangabeira Unger (Extraordinário de Assuntos Estratégicos), há alguns meses. Desde agosto, quando o novo presidente do instituto nomeado por Unger, o petista Marcio Pochmann, tomou posse, publicações foram modificadas e outros quatro diretores já haviam sido substituídos. A maioria deles foi trocada por profissionais de fora do instituto. Entre eles, Ana Peliano, que não era tolerada no PT por ter sido a principal auxiliar da ex-primeira-dama Ruth Cardoso no programa Comunidade Solidária. A socióloga ocupava a diretoria de Estudos Sociais do instituto. Também deixaram o cargo de direção Paulo Levy (Estudos Macroeconômicos), João Alberto De Negri (Estudos Setoriais) e José Aroudo Mota (Estudos Regionais). Segundo a Folha apurou, a idéia com a reestruturação é tentar abrir mais espaço para a corrente autodenominada “desenvolvimentista”, que, na avaliação de integrantes do governo, estava sufocada por ortodoxos alinhados com as idéias econômicas do governo anterior e do ex-ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda).Assinante lê mais aqui