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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura
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Invasores da USP tinham um bar em área ilegalmente ocupada!!! E o dia em que Nicolas, o “agredido”, chamou a PM. Ou: A disputa entre os que querem erguer e os que querem DERRUBAR a USP

Bem, queridos, se “eles” lá gostam de mim ou não, isso me é absolutamente irrelevante. Também é inútil me xingar e ficar imprimindo panfletos. Contestem, se conseguirem, os fatos. E é sobre fatos que venho falar aqui. Chegou a hora de rever estas cenas. Volto em seguida. Voltei Não mudei de idéia. Continuo a achar […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 09h44 - Publicado em 17 jan 2012, 06h27

Bem, queridos, se “eles” lá gostam de mim ou não, isso me é absolutamente irrelevante. Também é inútil me xingar e ficar imprimindo panfletos. Contestem, se conseguirem, os fatos. E é sobre fatos que venho falar aqui.

Chegou a hora de rever estas cenas. Volto em seguida.

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Voltei
Não mudei de idéia. Continuo a achar que o PM foi além do razoável e fez muito mal em dar um “chega pra cá” em Nicolas Menezes Barreto, o aluno “matriculado” (sic) em Ciências da Natureza do campus da USP da Zona Leste. Além de sua reação não ter sido adequada, acabou dando um discurso a um grupo que promovia a aberta ilegalidade no campus na Zona Oeste da universidade. Setores da grande imprensa se encarregaram de transformar transgressores em heróis. Bem, chegou a hora de botar os pontos nos “is”.

E então?

É preciso dizer quem é este rapaz de coque na cabeça, que gosta do diálogo… Trata-se de um velho (literalmente para um estudante de graduação) conhecido do “movimento”. Trata-se de Rafael Alves. Publiquei aqui o seu perfil num post intitulado O Menino Rafael Alves, 29, e seus cinco processos”. Reproduzo um trecho:
“Essa criança ficou sete anos na USP sem concluir o curso de Letras, morando de graça no Crusp e comendo no bandejão a R$ 1,90. A classe operária não tem essa regalia, como sabem. Ela subsidia a pança dos folgados. A Universidade oferece almoço, janta e café da manhã. Tudo pago pelo contribuinte. Esse infante acabou jubilado. O “menino” fez o quê? Prestou vestibular de novo e voltou ao primeiro ano e agora tenta recuperar o “seu” apartamento. Quem sabe para passar os próximos oito anos na USP, morando e comendo quase de graça.”

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Esse garotinho radical de 29 anos foi uma das estrelas da invasão da Reitoria e, como se nota, não mudou nem de ramo nem de perfil. Mas, afinal, o que aqueles caras faziam na área invadida? É agora que as coisas começam a se complicar um tantinho mais. Atenção! Notem que Nicolas está distante do policial, ao fundo, e lhe diz algo inaudível, ao menos para nós. Seja lá o que tenha sido, o fato é que o militar ficou furioso e acusou desacato. Mas o que era, afinal de contas, aquele local de onde o rapaz se manifestava?

O BALCÃO DE UM BAR! Isto mesmo! Naquela área invadida funcionava um troço chamado DERRUBAR. O trocadilho fica por conta da profundidade intelectual dos empreendedores. E quem apostou, vamos dizer, na livre iniciativa? Justamente Rafael Alves, aquela criança de 29 anos, sete de USP e um jubilamento, de volta à universidade em razão de um novo vestibular.

Vocês entenderam direito. Observem que, na sua conversa com o policial, Rafael argumenta que o espaço é dos estudantes… Huuummm… Naquele momento, convenha-se, pertencia ao empreendedor Rafael. E Nicolas? Ora, Nicolas trabalhava no DERRUBAR. Em seu benefício e de seu amigo, prefiro considerá-lo sócio, e não empregado, do empreendimento.

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PODE NÃO PARECER, E ISSO A GRANDE IMPRENSA SONEGOU DE TELESPECTADORES E LEITORES, MAS QUEM ALI REPRESENTA O PÚBLICO É A POLÍCIA, NÃO OS “MATRICULADOS”. Pouco me importa se o “DERRUBAR” reverte o lucro para o bolso dos empreendedores ou para alguma causa nobre; em qualquer caso, o espaço público foi duplamente privatizado: a) pela invasão em si e b) pela atividade comercial ali instalada. Ah, claro! Um “bar” numa área invadida, ao arrepio da lei e de qualquer controle, não vende suco de laranja…

Quem é Nicolas
Nicolas, todos vimos, foi personagem de uma reportagem do Jornal Nacional em que, ora vejam, exige (!!!) a demissão dos dois policiais. É caracterizado como o “aluno negro” agredido por um policial. À diferença do que diz o militante de uma ONG, no entanto, não era o único do grupo segundo critérios da própria militância que chamo “racialista”. E isso é relevante. Antes, no entanto, de debater esse aspecto, quero chamar a atenção para outras coisas.

O rapaz não é um qualquer. Tanto é assim que, “matriculado” no curso de Ciências da Natureza no campus da Zona Leste, estava “trabalhando” no DERRUBAR, no campus da Zona Oeste. Trata-se de um “matriculado” comprometido com a causa. Até aí, vá lá… Mas há mais.

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Lembram-se do episódio em que o aluno Rodrigo Souza Neves, membro da chapa “Reação” (que reúne não-esquerdistas e iria ganhar a eleição para o DCE, o que motivou um golpe dado pelas esquerdas), foi acusado de portar uma arma? Contei o caso aqui num post intitulado USP – Espalhem: extrema esquerda golpista cria a farsa da arma para incrimidar adversários. Pois é… Um dos protagonistas daquele episódio foi justamente Nicolas. Foi ele quem incitou alguns estudantes a tomar uma câmera das mãos de Neves, segundo o relato do próprio. Disseram-lhe que só sairia dali se a entregasse, o que caracteriza cárcere privado. Para não apanhar, o rapaz afirmou que estava armado. Vejam, então, que ironia: um companheiro de Nicolas, chamado Cesar Buno, não teve dúvida: CHAMOU A POLÍCIA!!! Vocês entenderam direito. Estes que tentam escorraçar os PMs da USP chamaram os… PMs contra seus adversários políticos. Neves e seu carro foram meticulosamente revistados. Não havia arma nenhuma, é claro! Ninguém pode ser acusado por ter recorrido a uma estratégia para não apanhar.

Racismo
Já deixei claro aqui quão ridícula é a acusação de racismo contra o policial. Nicolas não era, à diferença do que afirmou o tal Frei Davi, o único mestiço (que os militantes chamam “negro”) do grupo coisa nenhuma! O próprio Rafael se encaixaria nesse perfil, além de outro rapaz que acusa, em altos brados, o policial de racista. Por que isso é relevante? Porque parece evidente que não foi a cor da pele de Nicolas que levou, e continua injustificável, o PM a perder o controle. Ainda não sabemos o que ele disse, lá do balcão, ao soldado. Não justifica o destempero, mas circunstancia.

Golpe e eleição democrática
O DCE da USP está sendo governado por uma junta golpista.  Como as esquerdas perderiam a eleição para a chapa Reação, resolveram adiar a disputa. Assim como o episódio original do confronto entre policiais e três maconheiros tem cheiro de armação, este outro está sendo usado como peça de propaganda.

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A chapa “Reação”, com certeza, vai se apresentar para a disputa. Haverá, até onde sei, uma outra, liderada pela extremíssima esquerda (PCO, Movimento Negação da Negação, LER-QI etc). Não sei se as demais correntes de esquerda se juntarão aos extremistas para fazer um fla X flu. O fato é que a “agressão a Nicolas” passou a ser uma peça de propaganda.

Bem, ninguém pode proibi-los de usar o episódio. A nossa obrigação é contar tudo para que os estudantes da USP decidam – caso não lhes seja cassado o direito de votar, como fez o DCE, liderado pelo PSOL.

É ISTO: TRATA-SE DE UMA DISPUTA ENTRE OS QUE QUEREM ERGUER E OS QUE QUEREM DERRUBAR A USP!

Decidam, uspianos!

Texto publicado originalmente às 19h15 desta segunda
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