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Reinaldo Azevedo

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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura

Internet: o inferno das boas intenções de Eduardo Azeredo

Caros, o que segue abaixo e um longo e excelente texto que está no Portal G1. Leiam atentamente. Volto lá no fim de tudo: O projeto de lei discutido nesta quarta-feira (4) no Senado pode aumentar os custos dos provedores de acesso. A opinião é de Eduardo Fumes Parajo, presidente da Associação Brasileira dos Provedores […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 22h20 - Publicado em 4 jul 2007, 17h50
Caros, o que segue abaixo e um longo e excelente texto que está no Portal G1. Leiam atentamente. Volto lá no fim de tudo:
O projeto de lei discutido nesta quarta-feira (4) no Senado pode aumentar os custos dos provedores de acesso. A opinião é de Eduardo Fumes Parajo, presidente da Associação Brasileira dos Provedores de Acesso, Serviços e Informações da Rede Internet (Abranet), que participou da audiência publica para debater a proposta do senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG). Esses gastos estariam ligados à necessidade de armazenamento de dados dos internautas.

O projeto causou polêmica no ano passado, ao sugerir a obrigatoriedade da identificação, com CPF e RG, para todos que quisessem usar serviços interativos on-line, como enviar e receber e-mails, responder a enquetes, participar de salas de bate-papo, ou baixar músicas e imagens. Algumas mudanças foram realizadas e, nesta quarta, representantes do governo, empresas e sociedade se reuniram para debater esse projeto substitutivo.

Durante a sessão, Parajo criticou a obrigatoriedade de os provedores guardarem os dados de conexões realizadas através de seus equipamentos por até três anos. “Isso pode encarecer bastante os serviços oferecidos pelos provedores brasileiros”, disse na audiência pública da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania. Azeredo, o responsável pelo projeto, discordou e afirmou que tais informações podem ser guardadas até mesmo em um CD-ROM.

Em entrevista anteriormente concedida ao G1, Azeredo afirmou que esse projeto está em sintonia com o que vem sendo feito no mundo avançado. “É um projeto amplo, que não trata do controle da internet, mas sim da tipificação de crimes de informática.”

Também participam da audiência desta quarta Demi Getschko (integrante do Comitê Gestor da Internet), Eduardo Fumes Parajo (presidente da Associação Brasileira dos Provedores de Acesso, Serviços e Informações da Rede Internet, a Abranet), Thiago Tavares (presidente da ONG Safernet), Fernando Botelho (juiz do Tribunal de Justiça de Minas Gerais), Paulo Quintiliano da Silva (perito criminal do Ministério da Justiça) e Ela Castilho (subprocuradora geral da República).ClarezaDurante a audiência, Marcelo Bechara, consultor jurídico do Ministério das Comunicações, também pediu mais clareza na proposta, para impedir “interpretações” extremas. No entendimento dele, a falta de clareza no texto pode dar espaço tanto ao excesso de restrições ao internauta quanto à impunidade.

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“O projeto está melhor em relação àquela versão apresentada no ano passado. Ainda assim, ele deve ser melhorado em alguns aspectos, pois os conceitos ainda estão confusos. Não podemos permitir, por exemplo, o uso de expressões como ‘similares’ dentro do direito penal”, defendeu o consultor, durante sua apresentação. “Não deve haver abertura para esse tipo de interpretação, porque estamos lidando com a liberdade do ser humano. Precisamos ter muita responsabilidade.”

Bechara também criticou uma das propostas, que prevê penas para aqueles usuários que difundirem códigos maliciosos. De acordo com o consultor, muitas vítimas podem ter seus computadores invadidos e espalhar pragas da internet mesmo sem saber. “Não podemos correr o risco de fazer com que o uso normal da rede seja classificado como crime. Seria como tocar fogo na floresta para matar somente o macaco”, comparou.

Cadastro
A questão da clareza preocupa outros representantes da sociedade ligados à internet. Na nova versão do projeto, por exemplo, os provedores ficariam obrigados a fornecer dados sobre o internauta “quando da ocorrência de crime”. O texto não especifica, entretanto, quais são esses dados – o que, no entendimento de especialistas, poderia fazer com que a idéia do cadastro de todos os internautas, teoricamente retirada do projeto, continuasse de pé.

A proposta do cadastramento causou polêmica no ano passado ao sugerir a obrigatoriedade da identificação, com CPF e RG, para todos que quisessem usar serviços interativos on-line, como enviar e receber e-mails, responder a enquetes, participar de salas de bate-papo, ou baixar músicas e imagens. Por isso, em novembro houve uma audiência pública que deu origem a algumas das mudanças apresentadas nesse projeto de lei substitutivo.

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Demi Getschko, integrante do Comitê Gestor da Internet, acredita que ao dificultar o uso da web no Brasil, os internautas vão procurar outras saídas consideradas mais práticas por eles. Getschko comparou essa dificuldade com o bloqueio do YouTube, no início do ano: “sem entrar no mérito da decisão judicial, esse tipo de obstáculo se mostra ineficaz na internet”, disse o especialista. Caso o cadastro fosse obrigatório por aqui, os internautas encontrariam maneiras para driblá-lo.

Legítima defesa
Outro novo ponto polêmico apontado por órgãos ligados à internet é uma proposta que fala sobre a “legítima defesa digital”, segundo a qual um profissional de informática contratado por empresa poderia realizar a interceptação de dados, caso a companhia se sinta lesada de alguma maneira pela internet (por exemplo: caso um spammer utilizasse o logo da corporação para propagar um golpe virtual). “Essa prática é inconstitucional, porque cria a possibilidade da interceptação de dados sem autorização judicial”, explicou o presidente da Safernet.

Em defesa do projeto, Azeredo afirmou ao G1 que a questão da legítima defesa não invalida o sigilo dos internautas. “Esse direito só deve ser usado quando realmente necessário. É como quando uma pessoa reage a uma agressão com um soco: caberá ao juiz decidir se aquele contra-ataque foi usado de maneira adequada.”

Também foi modificada nesse substitutivo a pena para os provedores de internet que não prestarem informações sobre os acessos. O projeto anterior permitia que os responsáveis pelos provedores fossem presos se descumprissem a lei. Na nova versão, a prisão foi substituída por multa de R$ 2 mil a R$ 100 mil. Depois de votado no Senado, o projeto seguirá ainda para a Câmara dos Deputados.

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Voltei
Não há nada de errado com a Internet brasileira. Mas há muita coisa errada, como se vê, nessa proposta do senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), uma estrovenga burocrática que abre as portas para um controle chinês da rede. A área está sujeita a criminosos e malandros. Até as sacristias estão. No Senado Federal, então, nem se fale, não é mesmo? Mas as leis que temos têm dado conta de coibir os crimes, sim, senhores.

O projeto, como se vê, não resiste a um bom debate. Parece um queijo suíço. A cada resposta que procura dar, criar múltiplos buracos. E a questão de raiz é uma só: o senador Eduardo Azeredo, querendo ou não, está tentando represar a liberdade e encaixar em moldes de um burocracia pobre, convencional, aquilo que ele nem sabe direito o que é.

O PSDB me irrita por várias razões combinadas. Uma delas é esta: deveria encarnar — e, na verdade, pensa encarnar, num juízo autocomplacente — uma visão avançada do capitalismo com avanço similar das questões sociais. Existe coisa mais bocó do que esse projeto? Mais atrasada? Tá bom: o texto é de Azeredo, não do partido. Mas Azeredo é do partido, ora; pertence a uma de suas seções mais ativas: Minas Gerais.

Azeredo já foi acusado de ceder ao lobby dos bancos, que querem operações mais seguras, já que arcam com os custos das invasões feitas por hackers. Não tenho evidências de que seja isso. Se tiver, escreverei aqui. Querem saber? Fosse isso, seria ruim, mas ainda menos grave do que o que parece ser certo inconformismo com a liberdade da rede.

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Fosse realmente o vale-tudo, vá lá. Mas isso não é verdade. Existe tecnologia disponível, hoje em dia, para pegar os criminosos da Internet sem que se invada a privacidade do internauta. E o projeto invade. Tem de ser rejeitado. Só isso.

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