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Há homens aí no Ministério Público Federal para aceitar o desafio de Lula?

Em entrevista a blogueiros de joelhos, mas bem remunerados, Lula diz que ninguém no mundo é tão honesto como ele; lança-se candidato a papa e intimida, com sucesso, a Operação Lava Jato

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 30 jul 2020, 23h41 - Publicado em 20 jan 2016, 15h30

Lula, o poderoso chefão do partido que comandou os dois maiores escândalos de corrupção do país, concedeu entrevista no instituto que leva seu nome aos autoproclamados “blogueiros progressistas”. Era um café da manhã. Aqui se torna necessário proceder a uma rápida definição: um “blogueiro progressista” é aquele que vive de joelhos, tocando flauta para o PT em troca de publicidade oficial ou oriunda de entidades ligadas ao partido. São progressistas como um táxi. Eles só não são tão limpinhos.

Há pouco, o homem contratou o criminalista Nilo Batista para defendê-lo. O objetivo do encontro de hoje foi intimidar a força-tarefa da Lava Jato. Não é a primeira vez que o faz. E tem dado resultado. Tanto é assim que ele, até agora, não é investigado nem mesmo num inquérito, embora não faltem motivos. Só o episódio envolvendo o empréstimo do grupo Schahin ao PT poderia render bem mais do que um inquérito: já vale uma denúncia.

Mas é visível que Rodrigo Janot e a Polícia Federal têm medo de Lula. Adiante.

Na conversa com os seus escravos bem remunerados, Lula bateu no peito: “Se tem uma coisa que eu me orgulho, neste país, é que não tem uma vivalma mais honesta do que eu. Nem dentro da Polícia Federal, nem dentro do Ministério Público, nem dentro da Igreja Católica, nem dentro da igreja evangélica. Pode ter igual, mas eu duvido”.

Notem que Lula não aceita nem mesmo uma “alma igual” à dele. Ou por outra: é o homem mais honesto do mundo. Aliás, submetendo a fala a uma leve aceleração, a gente conclui que ele vai é se candidatar a papa. O Francisco que se cuide!

Olhem que a Igreja Católica já teve alguns papas polêmicos… Um (Estêvão VI) mandou desenterrar o corpo do antecessor para julgá-lo. Outro comprou o papado, subornado cardeais, e fez sete filhos bastardos (Alexandre VI). Outro ainda (Bento IX) vendeu o papado duas vezes. Não se tem notícia, até agora, de um papa que tenha privatizado um país, tornando-o propriedade particular de um partido.

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O Número Um da legenda que fez o Brasil mergulhar numa crise moral, econômica e política sem precedentes se orgulha de ter criado “mecanismos para que nada fosse jogado debaixo do tapete”. É mentira! Desafio Lula ou qualquer petista a revelar qual foi a instituição nova criada pelos companheiros para combater a corrupção.

Lula ainda fantasia para tentar se proteger. Certamente é uma estratégia combinada com Nilo Bastista, o criminalista que o defende. Disse ter ouvido por aí que “delação premiada tem que ter o nome do Lula, senão não adianta”. Ele sabe que está mentindo. Por que alguém diria isso?

A verdade é bem outra: o Apedeuta constata que, a cada dia, é mais insustentável mantê-lo afastado das investigações. Lula não ser alvo nem mesmo de inquérito desmoraliza a Operação Lava Jato e lhe empresta um caráter evidentemente seletivo. Lamento ter de dizer com tanta crueza, mas uma operação que destrói Eduardo Cunha, ainda que seja por bons motivos, e nem mesmo apura irregularidades envolvendo Lula está a serviço do statu quo, está a serviço do PT.

Mas Lula é ousado. Afirma: “Duvido que tenha um promotor, delegado, empresário que tenha a coragem de afirmar que eu me envolvi em algo ilícito”.

Ele admitiu, sim, fazer o que chama “jogo de influência”. Disparou: “As pessoas deveriam me agradecer. O papel de qualquer presidente é vender os serviços do seu país. Essa é a coisa mais normal em um país. […] Como se o papel de um presidente fosse ser vaca de presépio”.

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Lula não ignora a diferença entre um presidente se comportar como, digamos, lobista de seu país — e isso é mesmo um dever — e lobista de seus próprios interesses e de sua camarilha.

Estamos diante de uma tática da defesa. Reitero: o objetivo é intimidar a força-tarefa. Até agora, o homem tem sido bem-sucedido, não é mesmo? Parlamentares de quinto escalão, de que nunca ouvimos falar, surgem aqui e ali como personagens do escândalo, da máquina de assalto que tomou conta do país. Enquanto isso, Lula bate no peito e desafia: “Vem me pegar se for homem”. E ninguém vai.

Fala, Rodrigo Janot!

Há homens aí no Ministério Público Federal?

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