Greve no metrô — Esquerdas não têm a menor vergonha de levar a cidade ao caos e de punir os trabalhadores. Enquanto milhões sofriam nas ruas, elas comemoravam
A greve de parte dos metroviários e dos trabalhadores da CPMT, que levou o caos a São Paulo por algumas horas, demonstra a que ponto pode chegar a irresponsabilidade política de grupo de extrema esquerda e — sim, senhores! — do PT. Considerado o acordo a que se chegou, inferior ao que a Justiça havia […]
A greve de parte dos metroviários e dos trabalhadores da CPMT, que levou o caos a São Paulo por algumas horas, demonstra a que ponto pode chegar a irresponsabilidade política de grupo de extrema esquerda e — sim, senhores! — do PT. Considerado o acordo a que se chegou, inferior ao que a Justiça havia inicialmente proposto (e sobre aquela base a empresa tentava negociar com o sindicato), resta evidente que se tratou de uma greve política, realizada em ano eleitoral. Há o caldo de cultura, e há os protagonistas.
Comecemos por estes. O sindicato é dirigido pelo PSTU e pelo PSOL — consta que, na diretoria, há pessoas de outros partidos. Mas são esses dois que determinam o rumo da entidade. É a mesma parceria que dirige o DCE da USP, com os resultados que a gente já viu. Ocorre que a greve — que nunca houve — na universidade acaba sendo irrelevante para o funcionamento da cidade. Com os transportes, é diferente. Essa gente pode produzir, como produziu, o caos. O dano, diga-se, foi bem menor do que o perigo. Situações assim podem sair do controle.
Incapaz de ser reconhecida pela sociedade como seu legítimo representante — o PSTU não tem representação parlamentar federal; a do PSOL é mínima —, a extrema esquerda domina alguns aparelhos sindicais e os utiliza para, literalmente, chantagear maiorias. Atua assim na USP e, como constatamos, no Metrô. Nessas entidades, é mais fácil “chegar ao poder”. Sindicatos são o que são, não importa se ligados à CUT ou a essas outras agremiações: meros aparelhos partidários, dominados por minorias. Ali, podem impor a sua vontade.
Enquanto milhões de trabalhadoras e trabalhadores tiveram de esperar três, quatro, cinco horas para voltar às suas casas ou para chegar ao emprego, o que fazia a diretoria do Sindicato dos Metroviários? Comemorava o “sucesso” da paralisação e a alta adesão ao movimento. Um deles chegou a chamar a greve de “histórica”. PSTU e PSOL foram os protagonistas. O caldo de cultura foi dado pelos petistas.
Lideranças do PT, a começar do pré-candidato do partido à Prefeitura, Fernando Haddad, têm se referido a um suposto “apagão” dos transportes em São Paulo — o que é balela. Há dias, discursando no Senado, Marta Suplicy (SP) chegou a comparar o acidente havido numa das linhas aos atentados terroristas de Madri e Londres. Na capital paulista, houve 49 pessoas feridas sem gravidade. Na Espanha, morreram 198; na Inglaterra, 52. Foi um discurso irresponsável. Há um óbvio esforço para jogar a população contra o metrô. Mesmo lotado como é, trata-se, de longe, do melhor e mais eficiente do Brasil.
O curioso é que há greve de metrô em cinco capitais: Belo Horizonte e Recife (há 10 dias) e Natal, Maceió e João Pessoa (há 9). Nessas cidades, o serviço é administrado pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), que é federal. Como é ainda incipiente, pouco mais de 500 mil pessoas são afetadas — em São Paulo, de 5 milhões a 6 milhões só no metrô! No caso daquelas cidades, como a greve vai bater às portas do Palácio do Planalto, não aparece petista para se “solidarizar com os trabalhadores”.
Volto a São Paulo
O Ministério Público Estadual disse que vai apurar a eventual exploração política da greve. Eventual? Ela não poderia ser mais escancarada. Também quer saber por que o sindicato não cumpriu o que ordenou a Justiça do Trabalho, que determinou que 100% dos trens circulassem nos horários de pico e 85% nos demais horários.
Pois é… Nessas coisas, eu não sou paz e amor, não! Justiça descumprida, abre-se o caminho para punições exemplares. O Metrô tem de identificar os líderes de uma prática ilegal, abusiva, e colocá-los na rua, demiti-los. Quem não honra acordos com a Justiça não pode prestar um serviço essencial à população.
Não estivesse o país corroído pelo corporativismo, greves em setores essenciais seriam simplesmente proibidas. E pronto! Ninguém é obrigado a trabalhar numa empresa pública ou numa concessionária que prestam serviços essenciais. Assim, se quer exercer o “direito de greve”, que procure outro setor da economia.
Houve, sim, manifestações de protesto e de revolta, mas não contra o governo do estado, como queriam os brucutus. Ela se voltou mesmo contra os grevistas. O governo, agora, tem de divulgar a folha de pagamento do Metrô. Os usuários e a sociedade têm o direito de saber se os trabalhadores da empresa vivem em tal penúria que foram levados, coitadinhos!, a ferrar a vida de milhões de paulistanos.
PS — O PSTU é o partido que liderou a chamada “resistência” no Pinheirinho e que engabelou os moradores da área, fazendo-os crer que a desocupação — uma ordem judicial que tinha ser cumprida — não aconteceria. Se bem se lembram, o partido chegou até a treinar uma “tropa de choque” própria para enfrentar a polícia. Essa gente não tem voto, é irrelevante, mas pode ser perigosa. Os que jogaram a cidade no caos têm de ser legalmente responsabilizados.
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