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Globo não sabia de participação de artistas seus em vídeo que flerta com black blocs, mas diz não ter repreendido as estrelas. Então errou ao não fazê-lo!

Pois é… Volto ao assunto do vídeo em que estrelas da Globo convocam um protesto — aquele que NÃO ACONTECEU NO DIA 31. Keila Jimenez informa na Folha que a emissora não sabia da iniciativa. Lá estão a contribuir com a causa Camila Pitanga, Mariana Ximenes, Leandra Leal, Guta Stresser, Marcos Palmeira, Wagner Moura etc. Convocaram, […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 05h04 - Publicado em 2 nov 2013, 07h49

Pois é… Volto ao assunto do vídeo em que estrelas da Globo convocam um protesto — aquele que NÃO ACONTECEU NO DIA 31. Keila Jimenez informa na Folha que a emissora não sabia da iniciativa. Lá estão a contribuir com a causa Camila Pitanga, Mariana Ximenes, Leandra Leal, Guta Stresser, Marcos Palmeira, Wagner Moura etc. Convocaram, mas não compareceram. O tal vídeo faz também críticas à “mídia”. “Mídia” vem a ser justamente o ramo de atividade do Grupo Globo, o maior do país. Sugeri que, em vez de eles estimularem mais confusão no Rio, que fizessem uma passeata dentro do Projac.

O bacanas não compareceram ao protesto que eles mesmos convocaram. É gente que gosta de ver o povo na rua, mas de longe. Segundo Keila, a Globo informou que os artistas não foram repreendidos porque se manifestavam como cidadãos. É isso mesmo? É uma informação oficial da emissora? Então vamos ver.

O vídeo em questão traz a fala de uma atriz chamada Bianca Comparato. Não deve ser do elenco da emissora, mas está lá. Ela justifica a depredação promovida pelos black blocs. Reproduzo de novo a sua fala:
“[órgãos de imprensa] só reportam o que é que foi quebrado, o que foi destruído. E eu também acho que tem de parar para pensar o que é que está sendo destruído. São casas de pessoas, como (sic) a polícia joga uma bomba de gás dentro de um apartamento? Não! São lugares simbólicos”.

Suponho que aquela plêiade de pensadores tenha visto o resultado final antes de o vídeo ser tornado público. Logo, concordaram com o que vai acima. Logo, também devem achar que os black blocs não fazem mal nenhum, uma vez que estão sendo destruídos “apenas lugares simbólicos”, certo? E a Globo não tem nada com isso? Vênia máxima, acho que tem! A propósito: um dos “lugares simbólicos” que os black blocs tentam atacar é justamente a… Globo! 

A emissora não pode se responsabilizar pelas bobagens que dizem seus contratados. Mas, quando eles põem a sua popularidade — conquistada em razão do trabalho que fazem na TV — a serviço do que, sem muito esforço, pode ser considerado incitamento ao crime, as coisas se complicam. Que eu saiba, a emissora não permite que suas estrelas participem de campanhas político-eleitorais. Ou essa informação está errada?

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A ser assim, a moral está torta; está pelo avesso. Uma campanha eleitoral, bem ou mal, se dá quase sempre nos marcos do estado democrático e de direito, não? Já o quebra-quebra dos black blocs representa a fratura desse contrato democrático. Ou será que estou errado? Se não repreendeu, deveria ter repreendido. Quebrar a cidade é um crime.

“Ah, os artistas conhecidos não endossaram os atos dos black blocs…” Não com as próprias palavras. Mas participam de uma peça de propaganda que faz isso. Não é uma invenção minha. É apenas um fato.

“Olhem o Reinaldo, defensor da liberdade de expressão, cobrando censura…” Errado! É que, na democracia, ninguém é livre para incitar o crime. E é o que faz aquele vídeo. Depredar a cidade não é liberdade de expressão. É banditismo. Se os atores não sabem a diferença, das duas uma: ou atuam e calam a boca sobe política ou vão se instruir.

Na Globo, diga-se, não falta quem possa lhes dar uma boa aula sobre a diferenças que há entre ditadura e democracia.

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