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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura
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Encerrando o capítulo Bolsonaro-Olavo

Vejo moças e rapazes, naquela que certamente é a melhor fase da vida, dedicados à alegria de ocupar o espaço público com uma pauta que nunca encontrou guarida na velha direita brasileira, que sempre soube ser grosseiramente patrimonialista, estupidamente nacionalista, grotescamente oportunista. Ou, com a devida vênia, não vimos Afif Domingos passar pelo constrangimento de ser demitido, contra a vontade, por Dilma Rousseff?

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 30 jul 2020, 23h44 - Publicado em 11 jan 2016, 20h09

Eu disse que poria um ponto final, nesta página, a certo tipo de debate no qual DECIDIRAM ME ENVOLVER, especialmente alguns seguidores de Jair Bolsonaro e Olavo de Carvalho, que parecem ter certa inclinação para o fanatismo.

Bolsonaro envia um comentário que termina assim: “Continuarei lendo Reinaldo Azevedo pois, desculpe-me a sinceridade, te respeito pelas ideias e conhecimento de causa. Respeitosamente, Jair Bolsonaro”.

Ok. Está registrado. Se ele me permite uma sugestão, acho que deveria apelar a seus seguidores para que tivessem o mesmo comedimento.

Olavo também envia a primeira parte de um texto que, com certeza, circulará sem dificuldades na rede, como circularam outros — inclusive as ofensas que me foram dirigidas não por ele exatamente, mas por pessoas que se sentiram abrigadas por sua leitura da realidade. Como não o ofendi — na verdade, fiz um texto elogioso —, não me sinto compelido a algo parecido com direito de resposta.

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O ponto é o seguinte: eu não tenho importância na narrativa em curso; Olavo não tem importância. Talvez eu me conforme com isso porque tenho de mim um juízo certamente mais modesto do que o que muitos fazem a meu respeito. Talvez Olavo não se conforme porque julga que o reconhecimento de que se faz merecedor — atentem para isso — ainda não lhe é suficiente. Mas, como diria a ninfa ao Adamastor, não é, Olavo?, indago: “Qual será o amor bastante/ De Ninfa, que sustente o dum Gigante?”. Há sempre a possibilidade de a agente estar acima do reconhecimento meramente humano. A literatura dramática grega é rica em exemplos. Olavo sabe disso e sabe que eu também sei.

Como notam, respondo sem rancor nem fúria. Eu me contento em ser uma das eventuais referências dos movimentos que defendem o impeachment de Dilma. Não quero, já disse, ser orientador, líder, evangelizador. Mais ainda: se quiserem me ignorar, continuarei a dizer o que penso.

O foco está deslocado, meu caro Olavo! Não vou continuar a animar as festinhas petralhas com a suposta “divisão da direita”, até porque eu e você sabemos que jamais fizemos parte da mesma igreja de pensamento. Pela simples, óbvia e boa razão de que não pertencemos a igreja nenhuma.

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Vejo moças e rapazes, naquela que certamente é a melhor fase da vida, dedicados à alegria de ocupar o espaço público com uma pauta que nunca encontrou guarida na velha direita brasileira, que sempre soube ser grosseiramente patrimonialista, estupidamente nacionalista, grotescamente oportunista. Ou, com a devida vênia, não vimos Afif Domingos passar pelo constrangimento de ser demitido, contra a vontade, por Dilma Rousseff?

Contribua, Olavo, para aumentar o repertório desses jovens — você pode fazê-lo —, em vez de deitar contra eles seu olhar judicioso e apontar seu dedo condenatório, como quem os entrega às Erínias.  

Não, meu caro Olavo, você não vai me pautar. Porque cheguei a uma condição profissional em que eu me pauto. Respeite os que nunca o desrespeitaram e trave o debate na altitude equivalente à da sua bela formação intelectual, que tem de ser maior do que a da sua vaidade.

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Ponto final.

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