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Reinaldo Azevedo

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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura

Em solenidade, Mercadante deixa claro que, no governo Dilma, o bom sofista leva vantagem sobre o bom executor. Eu já desconfiava!

Ah, os mistificadores. No texto que escreverei sobre as oposições, falarei um tantinho também, sobre a imagem que se está plasmando de Dilma Rouseff, que ajuda a explicar o seu bom desempenho nas pesquisas de avaliação de governo. Leiam o que segue. Volto em seguida. Por Flavia Foreque, Renato Machado e Márcio Falcão, na Folha […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 09h41 - Publicado em 24 jan 2012, 19h45

Ah, os mistificadores. No texto que escreverei sobre as oposições, falarei um tantinho também, sobre a imagem que se está plasmando de Dilma Rouseff, que ajuda a explicar o seu bom desempenho nas pesquisas de avaliação de governo. Leiam o que segue. Volto em seguida.

Por Flavia Foreque, Renato Machado e Márcio Falcão, na Folha Online:
Em cerimônia de posse nesta terça-feira, o novo ministro da Educação, Aloizio Mercadante, fez uma série de sugestões ao seu substituto na pasta de Ciência e Tecnologia, Marco Antônio Raupp, sobre como lidar com a presidente Dilma Rousseff em reuniões de trabalho. Em tom bem-humorado, ele afirmou ao novo titular do ministério que a primeira etapa de uma proposta a ser apresentada à presidente é o “espancamento do projeto”.

“Você vai ouvir a seguinte expressão: ‘Ele não fica de pé’”, afirmou Mercadante, arrancando risadas da platéia. Após mais uma rodada de conversas, ele afirmou, ainda não haverá apoio da presidente. “Você vai poder ouvir a seguinte expressão: ‘Está de pé, mas você não vai conseguir entregar’”, afirmou o ministro. Segundo ele, esse estilo da presidente é uma prova da eficiência da gestão de seu governo. “Foi um aprendizado absolutamente inédito”, elogiou.

Mercadante fez afagos a seu antecessor na pasta, Fernando Haddad, que deixa o governo federal visando a campanha pela prefeitura de São Paulo. “Não vejo como seu nome não possa estar entre os grandes ministros da Educação da história desse país”, afirmou Mercadante para o petista.  Mercadante ainda se emocionou ao citar o trabalho feito pelo ex-presidente Lula, que acompanhou a cerimônia ao lado da presidente Dilma. “Tem um significado muito especial sua presença aqui hoje. Nós começamos juntos quando esse projeto era apenas um sonho.” Antes de assumir o ministério, Raupp era presidente da Agência Espacial Brasileira.

Comento
Começo por um dado engraçado: Lula, a quem Mercadante se referiu com tanta emoção, pôs muita tranqueira em seus ministérios, mas nunca escolheu Mercadante para a tarefa. Vai ver era vingança do tempo em que o agora ministro da Educação convenceu Lula de que o Plano Real seria um desastre para o Brasil…

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A historinha de Mercadante, contada na solenidade, ajuda a compor a mitologia sobre Dilma Rousseff, a severa. O curioso é que esse juízo só faz sentido em contraste com Lula, também presente, que seria o relaxado. Fica a impressão de que, com ele, qualquer porcaria servia; já ela ficaria fazendo teste de estresse com seus subordinados para ver se eles sabem se defender.

Que pena que Lula não fez o mesmo com ela, quando ministra da Casa Civil. Tivesse feito, a privatização dos aeroportos teria saído muito antes. Tivesse feito, os portos não se encontrariam na situação miserável de hoje. Tivesse feito, as estradas federais não estariam esburacadas.

Entendi, também, do método revelado por Mercadante que o governo, então, não sabe direito o que fazer. Tudo é uma questão de saber argumentar direito, de convencer a presidente. Um bom executor e mau sofista quebraria a cara com Dilma; já um bom sofista, mas mau executor, leva uma imensa vantagem.

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É por isso que Mercadante ficou um ano na Ciência e Tecnologia, e não se conhece exatamente o seu trabalho. Mau executor, certamente se mostrou um sofista competente — com Dilma ao menos. Tanto é assim que vai substituir um outro na Educação.

Pra mim está tudo muito claro. Agora eu compreendo todas as casas, as creches, as quadras e as UPAs que não saíram do papel. Os sofistas enrolaram a presidente, que também enrolou a seu tempo. Afinal, ninguém, como Dilma, foi e é tão competente na arte de convencer os outros de que é competente. Essa é a impressão que 72% dos brasileiros têm dela, segundo o Datafolha, ainda que as casas, as creches, as quadras e as UPAs sejam feitas de saliva.

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