E o Brasil já não é mais auto-suficiente em petróleo. Nem oficialmente.
Por Nicola Pamplona, no Estadão:Conquistada em abril de 2006, a auto-suficiência na produção de petróleo corre o risco de sucumbir ao crescimento do consumo de combustíveis no País. Segundo dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP), o Brasil importou mais petróleo e derivados do que exportou nos quatro primeiros meses deste ano. O País nunca […]
Conquistada em abril de 2006, a auto-suficiência na produção de petróleo corre o risco de sucumbir ao crescimento do consumo de combustíveis no País. Segundo dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP), o Brasil importou mais petróleo e derivados do que exportou nos quatro primeiros meses deste ano. O País nunca deixou de comprar óleos mais leves, mas o atual ritmo das importações já leva a área energética do governo a admitir que vai fechar o ano com déficit.
No último ano, o consumo de combustíveis cresceu 5,8%, mais que o dobro dos 2,4% projetados pela Petrobrás no ano da “independência”, segundo o discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na festa da conquista. Já houve meses, nos últimos dois anos, em que o País comprou mais do que vendeu. Mas a diferença se acentuou nos primeiros quatro meses de 2008.
O Brasil comprou, entre janeiro e abril, 22,5 milhões de barris de petróleo e derivados a mais do que vendeu, o que resulta num déficit médio de 185 mil barris por dia. Trata-se da primeira vez, nos últimos dois anos, que o déficit se estende por tanto tempo. Em 2006, o saldo ficou positivo em 57 mil barris por dia. Em 2007, caiu para 13 mil barris. Na época, o Brasil comprava apenas petróleo leve para produzir. No último ano, porém, a demanda do combustível cresceu 10%.