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Duas experiências de poder: a de Bento XVI e a de Chávez I…

Curioso, não? O cardeal Joseph Ratzinger foi eleito para ser Bento 16 até o fim da vida. Era essa a expectativa. O colégio que o elegeu e a comunidade da Igreja concedem-lhe o privilégio da infalibilidade no que diz respeito à condução da Igreja e aos assuntos de fé. Mesmo assim, ele renunciou a tudo […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 06h51 - Publicado em 18 fev 2013, 16h49

Curioso, não? O cardeal Joseph Ratzinger foi eleito para ser Bento 16 até o fim da vida. Era essa a expectativa. O colégio que o elegeu e a comunidade da Igreja concedem-lhe o privilégio da infalibilidade no que diz respeito à condução da Igreja e aos assuntos de fé. Mesmo assim, ele renunciou a tudo isso. Ainda que a Igreja Católica tenha a pretensão de ser “universal” (e essa universalidade tem de ser conquistada pelo convencimento e pela adesão espontânea), ela tem consciência de que não é um poder público — assim, não está obrigada moralmente a ser “democrática”, certo? Não obstante, seu líder máximo abre mão do poder que tem porque entende ser o melhor para os fiéis. Nestes dias que se seguiram à renúncia,  “progressistas” e esquerdistas do mundo inteiro — incluindo os nossos, claro! — hostilizaram Bento XVI abertamente, apontando a sua suposta obsolescência e das teses da Igreja, que estariam vencidas etc.

Enquanto a dita autoritária Igreja Católica vive esse processo, assistimos na América Latina ao espetáculo grotesco de ditadores e semiditadores que recorrem às urnas para solapar a democracia e para se eternizar — ou a seus partidos — no poder. Aquela mesma escória intelectual que vaia o papa aplaude como exemplo de democracia os novos — e ao menos dois velhos — gorilas do continente. Uma charge de autoria de Boopo (que já mandou um desenho excelente sobre o Supercoxinha (ver post) — capta com graça ferina a ironia da coisa. É a imagem que abre este post. Foi-me enviada por um leitor por meio do Twitter. Não consegui saber se já foi publicada em algum lugar. Peço ao autor, que é leitor do blog, que me informe a respeito.

Chávez
Muito bem! Chávez anuncia que está de volta à Venezuela. Ele o fez pelo Twitter. Assim como as novas ditaduras recorrem a práticas consagradas pela democracia para se instalar, também apelam às modernas tecnologias para exercer o velho vício do mando. Leiam texto publicado sobre o assunto na VEJA.com.

*
O Superior Tribunal de Justiça da Venezuela diz estar pronto para realizar a cerimônia de juramento do cargo por Hugo Chávez. Segundo uma fonte judicial citada pela agência France Presse, a posse pode ser realizada “a qualquer momento” e o tribunal espera apenas “a decisão do presidente e de sua equipe médica”, que determinará se o evento será público ou privado e onde será realizado.

Reeleito em outubro passado para seu quarto mandato consecutivo, Chávez, de 58 anos, não tomou posse no dia 10 de janeiro, como previsto na Constituição venezuelana, por estar internado em Cuba, onde foi submetido no dia 11 de dezembro, a uma cirurgia para combater um câncer. A oposição defendeu que fosse declarada ausência do mandatário, o que poderia abrir caminho para novas eleições. O STJ, contudo, ratificou a tese chavista e manteve o coronel no poder, mesmo sem tomar posse, sob a alegação de que há “continuidade administrativa” no país. Desta forma, os ministros e o vice-presidente – que não é eleito, mas nomeado – também permaneceram em suas funções.

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Em janeiro, o jornal espanhol ABC publicou reportagem afirmando que os médicos que atendiam Chávez em Havana estavam sendo pressionados para estabilizar a situação do ditador para possibilitar sua transferência para o Hospital Militar de Caracas, onde ele continuaria internado. A transferência, mesmo com os riscos, permitiria que o juramento fosse realizado.

No início da madrugada desta segunda-feira, Chávez anunciou pelo Twitter seu retorno à Venezuela. “Chegamos de novo à pátria venezuelana. Graças a Deus! Graças ao povo amado! Aqui continuaremos o tratamento”, diz o post publicado no microblog, que estava inativo desde novembro do ano passado. O anúncio foi feito depois de mais de dois meses de internação na ilha.

O anúncio sobre o retorno foi feito pouco depois de o ministro das Relações Exteriores venezuelano, Elías Jaua, dizer que não é possível negar que o mandatário está enfrentando uma situação “complexa e difícil”. Na sexta-feira, o governo venezuelano divulgou as primeiras imagens do coronel, ao lado das filhas, em Havana.

Preparativos
O chefe da Assembleia Nacional e vice-presidente do partigo governista Psuv, Diosdado Cabello, disse que Chávez deu instruções à sua equipe sobre seu retorno à Venezuela há dois dias. Segundo ele, sabendo o impacto que seu regresso causaria, o caudilho esperou chegar ao Hospital Militar para publicar as mensagens sobre sua chegada, informou o jornal El Universal. Segundo Cabello, um espaço nos arredores do hospital será preparado para que as pessoas que queiram visitar Chávez possam chegar perto sem interromper o serviço do hospital.

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